Madeira do Avesso

Madeira do Avesso

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

O Orçamento de 2014 segundo os jornais

Porque muitas vezes uma imagem vale mais do que mil palavras, deixo hoje aqui recortes das capas dos jornais de hoje, dia 16 de Outubro de 2013.

Um verdadeiro choque este Orçamento de Estado para 2014, a que acrescento uma informação ouvida logo pela manhã nas notícias da Antena 1, em que mais uma vez a ministra das finanças vem confirmar a sua tendência de mentirosa, pois ontem afirmou que os cortes salariais seriam transitórios, mas no OE 2014 está lá escrito que serão permanentes!

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sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Reflexões autárquicas

Desde há 3 meses que não escrevo umas linhas aqui neste espaço. A minha candidatura à Junta de Freguesia de São Martinho ocupou-me o tempo quase todo, sendo que o pouco disponível era dedicado aos meus filhos, os que mais sentiram as ausências sucessivas neste verão louco.

Chegado ao dia 29 de Setembro, eis que vejo a recompensa do longo e árduo trabalho feito no porta a porta, comícios, arruadas, reuniões, etc. 
Obrigado São Martinho! Recebi a vossa confiança e prometo que não vos desiludirei. 

Mas estas eleições não se resumem a São Martinho. Todo o trabalho feito pela Coligação Mudança foi recompensado. Uma excelente campanha, feita pela positiva, em que se criou uma onda crescente, tendo vários pontos altos 
O primeiro comício na Nazaré, onde sem a oferta de comes e bebes, conseguimos cativar a atenção de muitos habitantes desse bairro, que ansiavam a Mudança. Vencemos a Nazaré!
A arruada dos anturios (sim, nós somos diferentes) enchemos as ruas do Funchal de vermelho. Era impossível não ficar sensível a esta onda azul e vermelha. O sorriso na cara das senhoras era gratificante. 
O jantar comício. A festa da Mudança, onde o abanar de bandeiras e os grandes discursos de Luísa Clode e Paulo Cafôfo, levaram a sala a gritar por Mudança e por Vitória.
Por fim a arruada final. Uma multidão de pessoas, que se foram juntando à mancha azul que atravessou a baixa do Funchal, sendo que um dos momentos marcante, foi a passagem pela sede de campanha do PSD, onde a nossa alegria contrastava com a cara fúnebre dos apoiantes de Bruno Pereira. Nesse momento ficou claro que a vitória seria nossa. 

A batalha que enfrentamos foi desigual, com diferentes posturas. Por um lado, o poder político e financeiro do PSD, que através das suas juntas proporcionou festas e passeios, com oferta de almoços e jantares às populações à conta do erário público, comícios por todo o Funchal com comes e bebes à borla, e também já na fase final da campanha, oferta de cabazes de compras pelas zonas altas da cidade, onde através deste acto de desespero, tentaram influenciar os eleitores até ao último minuto.
Uns cederam a esta compra, mas muitos não se deixaram levar e a razão sobrepôs-se à tentação. 

Ganhou o Funchal. Grande equipa que foi eleita para os diversos órgãos autárquicos. Nós merecemos um Funchal melhor!

Mudando de ares, foi importante ver outros concelhos da região mudarem de cor política. Nem com a agressividade tão característica do PSD, conseguiram segurar muitos municípios, levando Jardim a levar verdadeiras derrotas, ficando apenas com quatro concelhos na ponta oeste da Ilha. 
Há 6 meses atrás, comentava que o PSD perderia 6 câmaras, enganei-me, não contei com a performance do CDS em Santana. 
Tenho a certeza que nada na Madeira será como dantes. Uma nova era iniciou-se.

Quanto aos vencedores, 
Sem dúvida que Paulo Cafôfo foi um dos grandes heróis da noite. Saiu do quase anonimato e rumou à vitória serenamente, sempre contente, de sorriso na boca e confiante. Parabéns Paulo!
Emanuel Câmara, ganhou a persistência e o conseguir unir algo que tardava por essas terras do norte.
José António Garcês teve a visão de sair do partido que oprimiu os madeirenses durante décadas e através dos apoios do PS e do CDS, conseguiu em verdadeiro madeirense "dar uma malha" num presidente defunto, que a meio gás conduziu os destinos de São Vicente numa curva descendente, sem obra, sem projecto e sem pagar dívida.
Teófilo Cunha, através da sua humildade e proximidade ao povo, conseguiu derrotar um jovem autarca laranja, que fechou-se num gabinete e não soube ouvir a população. 
Ricardo Franco, juntou uma excelente equipa e conseguiu recuperar Machico para o PS. De notar o excelente resultado no Porto da Cruz, onde o PSD sempre teve grandes votações.
Filipe Sousa, apesar de ser a mais esperada vitória da oposição, não deixa de ter o mérito, pois através do trabalho no terreno, mostrou que é possível fazer mais e melhor que o PSD.
Filipe Menezes de Oliveira ganhou uma ilha. O Porto Santo que noutros tempos soube ser diferente, desta vez, numa luta renhida conseguiu seguir a tendência dos concelhos da Madeira.

Finalmente o grande vencedor de domingo passado foi Victor Freitas. Soube unir o PS e criar uma estratégia de vitória, conseguindo fazer a coligação histórica no Funchal, unido 6 partidos, soube escolher bons candidatos às diversas câmaras e teve a consciência de apoiar as candidaturas independentes que assim ajudaram a derrubar o Jardinismo. Parabéns Victor.

Não querendo parecer-me com o Jornal da Madeira, sobraram os concelhos de Câmara de Lobos, Ribeira Brava, Ponta do Sol e Calheta, que foram ganhos pelo PSD. Nada de estranho aqui. Vitórias esperadas, em que a oposição marcou presença e fez diminuir a diferença de outros tempos, semeando o futuro.

Espero que com estas mudanças ocorridas na nossa região, o défice democrático comece a desaparecer, pois só quem anda nestas lides é que se consegue aperceber deste fenómeno há muito denunciado na Madeira. 
Espero que daqui para a frente deixe de ouvir frases como as seguinte:
"não posso ir ao comício, senão perco o emprego"
"eu voto em vocês, mas ninguém pode saber"
"cá entre nós que ninguém nos ouve, estou feliz com a vossa vitória"

Como disse José António Garcês, "o medo na Madeira começa a desaparecer!" E foi preciso esperar quase 4 décadas para isto acontecer!