Madeira do Avesso

Madeira do Avesso

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Reflexões matinais

Hoje acordei cedo, demasiado cedo talvez, por isso andei pela net a ver notícias, e vasculhei o facebook de alguns amigos meus, procurei ver as suas opiniões sobre determinados assuntos, levando-me a questionar os meus pensamentos. Julgo que devemos de vez em quando fazer uma auto reflexão, rever pensamentos, rever posições.

Nessas andanças pelo face dos meus amigos, vi que alguns socialistas de longa data, figuras ilustres, muitas delas detentoras de cargos de relevo num passado recente, defendem com unhas e dentes a proposta agora apresentada por José Manuel Rodrigues sobre uma coligação com o Partido Socialista e outras forças da sociedade madeirense. Também defendo essa coligação, também defendo que essa coligação não deve de se cingir a essa dupla, outros poderão se juntar, contribuindo assim para um projecto claramente ganhador, que acabe com a prepotência e loucura do governo PSD.

Por agora até estamos de acordo, acontece que esses mesmos meus amigos que agora aplaudem esta iniciativa do CDS, pouco ou nada disseram quando o líder do PS lançou esse repto há muitos meses atrás, em Janeiro mais concretamente. E se há coisa que mais me irrita é quando alguém lança uma ideia, lançada por outros antes, este últimos é que ficam com os louros. Nada mais injusto do que estas situações. Vou supor que esses mesmos amigos estiveram fora, de viagem talvez, demasiado absorvidos com outros temas, sem tempo para discutir o que agora julgam ser a grande novidade da temporada.

Fico triste por muitos desses meus amigos serem camaradas, companheiros de partido, que queriam a todo o custo que o PS-M mudasse de liderança.

Relembro aqui conversas tidas com alguns desses meus camaradas, durante a campanha das autarquicas. Diziam-me na altura "estou orgulhoso, nunca vi listas tão boas como as que agora se apresentam a estas eleições" "com as escolhas destes cabeças de lista, finalmente temos grandes hipóteses de ganhar" pois é, ganhámos em muitos sítios, freguesias, concelhos, foi bom, foi uma grande campanha, onde muitos se empenharam, criando uma grande onda de vitória.

Passamos de seguida para as Europeias. Polémica na escolha da candidata do PS-M na lista nacional. Uma grande escolha, na minha humilde opinião, talvez também influenciada por questões de amizade e por conhecer a capacidade de trabalho da minha amiga Liliana. A campanha não foi forte, como nunca são as campanhas das europeias, mas trabalhamos, demos a cara pelo PS, infelizmente muitos dos que se empenharam nas autárquicas, estrategicamente afastaram-se destas eleições.

O PS não ganhou na Madeira, mas nunca esteve tão perto, ficou a pouco mais de 2% no Funchal da coligação de direita e a 8 % a nível regional. 
A tarefa não era fácil, mas não houvesse a recente crise na CMF e teria ganho no Funchal, se juntarmos a isso o fenómeno Marinho Pinto e a vitória na região estaria muito mais próxima, de certeza que com o empenho de quem aponta o dedo e pouco fez, também poderíamos ter mudado o resultado. 
Mas os resultados são os conhecidos e olhar para trás apenas serve para tirarmos lições para o futuro. 

Entretanto, eleita para o Parlamento Europeu, Liliana Rodrigues  começa o seu trabalho com o empenho que já esperava. Fica como membro de quatro comissões, três delegações e Vice Presidente para a área da cultura no Euromed. Muito trabalho pela frente.
Recentemente teve a coragem, contrariando o seu grupo parlamentar, de votar contra a Comissão Juncker, um ato que poderá ter algumas consequências, mas mostrou a sua seriedade e ética. Parabéns Liliana.
Com este seu voto, alguns daqueles que mostraram o seu desagrado por ter sido a escolhida como candidata a Eurodeputada, já deram um passo atrás e começam a reconhecer a excelente escolha de Victor Freitas e do PS-M.

Pela sua visão, que permitiu abrir as portas do partido à sociedade, através de diversas iniciativas, como o Laboratório de Ideias da Madeira, a ronda pelos concelhos com a iniciativa "Primeiro a Madeira", recentemente, as Presidências Abertas, também pelos diversos concelhos, pela sua dedicação às autárquicas, onde traçou a estratégia claramente ganhadora, pela sua escolha na candidata ao parlamento europeu, tenho total confiança na estratégia que o Partido Socialista vier a decidir, através do seu líder Victor Freitas. Decisões difíceis num momento crucial para a região, terão de ser tomadas. Com a pressão que normalmente acontece nestes períodos, sei que Victor Freitas não irá desiludir.

Sei que cada um tem a sua opinião, sei que as estratégias nem sempre são consensuais, constato apenas que quem já mostrou claramente que é capaz de seguir uma linha condutora, com seriedade e com vontade de ganhar, merece a minha confiança.