Madeira do Avesso

Madeira do Avesso

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Direita repugnante

A mesquinhice atacou a direita regional sem olhar a meios para levar a sua política populista avante!

O líder regional do CDS, perito em cambalhotas, ando a brincar com o Orçamento de Estado de 2013, como se de uma coisa trivial se tratasse.

Primeiro sai da AR sem quase nada ter feito por lá além de umas fugas estratégicas e de uns votos com mágoa, contra os interesses da região e a única vez que votou do nosso lado, teve de fazer um alarido, como se essa barulheira conseguisse apagar as facadas enfiadas nas costas dos madeirenses.
Sai cobardemente da AR para deixar a consequências do voto no OE numa figura menor do seu partido.

Daí para cá JMR inicia mais uma sessão de piruetas, fazendo inveja aos artistas do Cirque du Solei.

Primeiro insurge-se contra o OE que segundo as suas palavras "é melhor ter uma crise política do que ter um mau orçamento de estado em 2013, que vai sacrificar brutalmente as famílias portuguesas, fechar milhares de empresas e provocar milhares de desempregados, do que estar numa paz podre que não interessa a ninguém"

Passado um ou dois dias, o mesmo já esta a favor do OE (o tal que provoca uma paz podre que não interessa a ninguém), "Em nome dos interesses nacionais, uma crise política neste momento seria desastrosa e poderia colocar Portugal perto da situação grega, o que não interessa".

Uns dias mais à frente volta novamente a se desdizer e volta a estar contra o OE, "não serve os interesses do país e da Madeira" "não salvaguarda que a receita da sobretaxa sobre o IRS seja pertença da Região", verba de investimentos do Estado para a Região "é insignificante"

Enquanto o OE segue a sua discussão, aguardamos por mais umas cambalhotas.

Entretanto JMR regressa à Madeira com o teatro da demissão de vice do seu partido e como é obvio e natural assume o seu lugar na alm, mas com mais uma peça de teatro.
Com saída de Rui Barreto para a AR, entra a líder da JP para deputada na ALM pois era a candidata em 11º lugar, acontece que com o regresso de JMR, essa Sra. deveria sair para que o líder tomasse o seu lugar, só que com um estatuto da ALM completamente idiota, o CDS juntamente com o seu companheiro PSD, baralham o esquema e sai o 10º para entrar o 11º!

Com esta atitude, o líder do CDS, recém chegado à Madeira, consegue romper um pacto inédito, feito por todos os partidos da oposição, seguindo os mesmos jogos que o PSD já nos habituou ao longos destas mais de três décadas.

Custa-me a perceber qual o rumo e quais os princípios deste partido, que demagogicamente soube aproveitar o desgaste do PS nacional e o desgaste do PSD-M.
É importante que se perceba que em gente desta espécie não se pode confiar, pois não olham a meios para atingir os seus fins!

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

O grande Albuquerque

Hoje na capa do Diário de Notícias é dado mais uma vez grande destaque à candidatura de Miguel Albuquerque às eleições internas do decrépito partido que governa a região há mais de três décadas e que conduziu a região ao estado calamitoso em que nos encontramos.


Albuquerque reclama e esperneia do tratamento que tem tido desde que anunciou a sua candidatura contra o PSD de Alberto João.
Pois é Sr. Presidente da Câmara, é esse o mesmo PSD que sempre apoiou e que muitas vezes aplaudiu de pé, que sempre tratou de igual modo ou pior todos os partidos da oposição. Não percebo o seu espanto.
Quantas vezes também o Sr. não falou da oposição com desdém e com um sentimento de superioridade?

O que é que o Sr. tem de novo para apresentar aos madeirenses que os partidos da oposição não tenham apresentado antes?

Que margem de manobra tem o Sr. para negociar com o governo da república, ao representar o mesmo PSD que deixou a Madeira na penúria? E quais as suas diferenças com Passos Coelho que tanto apoia? Não defende o Sr. as mesmas políticas que a dupla Passos Coelho/Vítor Gaspar? É que neste ponto é realmente diferente de toda a oposição e até mesmo de Jardim, pois se a memória não me falha, deve ter sido o único que ainda não criticou as políticas deste governo da república PSD/CDS.

Explique-nos lá qual é legado que deixa, como presidente da Câmara do Funchal durante anos e anos? Uma cidade deserta, com o comércio moribundo e entregue a chineses, com centros comerciais em exagero que destruíram de forma quase irreversível o comércio tradicional da baixa do Funchal. Construção e mais construção de apartamentos vazios, muitos sem qualquer plano e deslocalizados. O PDM foi interrompido vezes sem conta de modo a beneficiar as obras dos amigos do regime (o tal que agora tanto critíca).

Uma cidade que tem vindo a perder a sua vida e que perderá o seu ambiente cosmopolita que vem desde séculos passados.

Por fim não posso deixar de notar que essa sua dupla posição actual de presidente camarário e de candidato à liderança do seu partido o fez engrandecer de tal modo que já pensa que um líder de um partido numa região portuguesa tem tantos poderes quanto o Presidente da República, capaz de dissolver a Assembleia Legislativa da Madeira! Isso é que é ser grande, isso é que é egocentrismo, digo mais isso é que é enganar os seus eleitores, isso é que é uma grande mentira!

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

As Cambalhotas de Rodrigues

Este folhetim do CDS faz-me lembrar quando era criança/adolescente em que só tínhamos RTP-M. Sem a opção para fazer zapping, lá íamos vendo os telejardins e as telenovelas brasileiras que quando chegava à sexta-feira o episódio acabava sempre num momento empolgante para que ficássemos impacientes para a segunda-feira.

Ora bem, este caso da nossa política interna não foi deixado em suspense durante o fim de semana, mas foi moendo durante a semana, e finalmente chega aos episódios finais deste capítulo num dia de semana. Caramba, ao menos podiam prolongar pelo fim de semana e alimentando assim muitas conversas de café.


Num ziguezague com cambalhotas à mistura, José Manuel Rodrigues, a querer mostrar força e garra após ter abandonado a república num dos momentos mais cruciais da nossa democracia, começa a fazer frente ao governo que sustentou durante mais de um ano e ameaça com rotura do seu pupilo substituto Rui Barreto, que ao votar contra o OE, ganharia popularidade para o seu caminho até à câmara municipal do Funchal. José Manuel Rodrigues chega a dizer "O CDS deseja estabilidade política mas não à custa da destruição do tecido económico e social do país (...). Mais vale uma crise política agora do que termos um Orçamento para o próximo ano que vai agravar profundamente a recessão económica, conduzir ao encerramento de milhares de empresas e criar mais desemprego"

Menos de 24 horas depois eis que o líder do CDS-PP nacional anuncia o voto a favor do OE (o tal que ele já tinha concordado no conselho de ministros) e o seu vice presidente e líder do CDS-PP Madeira vem reforçar essa coesão nacional com o partido e com o governo: "o vice-presidente do CDS José Manuel Rodrigues sublinha as palavras de Paulo Portas e afirma que o partido votará a favor do Orçamento do Estado para evitar uma crise política."

Em que é que ficámos Sr. deputado José Manuel Rodrigues? mais vale uma crise política agora, ou evitámos uma crise política?

Neste momento seguirá aquela fase aborrecida dos folhetim televisivos, mas que com certeza quando as pessoas receberem os seus salários de Janeiro, muita revolta vai haver e o folhetim poderá entrar outra vez numa fase empolgante!

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

O traidor e o corno no poder

Começo agora a escrever estas linhas sem a certeza que até ao fim desta minha escrita, ainda haja governo em Portugal, mas com a certeza que mais algum golpe de teatro irá decorrer neste tempo.


Comecemos pelo início desta novela com 3 personagens principais e muitas secundárias. 
Há um mês atrás Pedro Passos Coelho apresenta ao país as medidas que alteram as regras da TSU. Essas medidas apresentadas em conselho de ministros tiveram o apoio dos ministros dos CDS-PP presentes e com o ministério de  Mota Soares, como principal beneficiário destas graves alterações para os portugueses.
Paulo Portas que encontrava-se fora do país, começa a mandar recados via comunicação social, num golpe de teatro, para o seu parceiro de coligação, colocando o PSD como o único responsável por estas medidas. Daí para cá sabemos o que aconteceu, Cavaco convoca o conselho de estado e lá voltou tudo ao início, com a coligação a salvo após esta primeira traição.

Passado este episódio, vem o ministro das finanças Vítor Gaspar anunciar as medidas de austeridade que haviam já sido discutidas em Conselho de Ministros e que teria preparado com o seu secretário de estado para os assuntos fiscais, Paulo Núncio do CDS. 
Mais uma vez a comunicação social começa a noticiar que o CDS estaria revoltadíssimo com estas medidas e que iria tudo fazer para que houvesse alterações até ao seu fecho.
Maratona após maratona de conselhos de ministros até à manhã do dia da entrega do Orçamento de Estado na Assembleia da República, eis que às 6 da tarde, Vítor Gaspar ao seu lento estilo apresenta o OE praticamente igual ao anunciado dias antes. Este OE aprovado pelos ministros do PSD e CDS é o mais cruel e pior da história da democracia em Portugal e o mais criticado por especialista de todos os quadrantes políticos e que segundo as palavras do ministro, sem qualquer margem para alterações, fazendo com que a AR apenas o possa aprovar ou rejeitar.

Após a sua apresentação começa novamente a guerra na comunicação social entre o PSD e o CDS (os chamado conselhos de ministros na praça pública). Os deputados do CDS desdobram-se em comunicados, mensagens no facebook, aprecem nas televisões e jornais, furiosos pelo desrespeito pela coligação! Segunda traição.

Isto leva-me a colocar várias perguntas:
Paulo Portas, Assunção Cristas e Mota Soares não estavam no Conselho de Ministros onde o OE foi aprovado?
Paulo Núncio, secretário de estado dos assuntos fiscais do CDS não participou juntamente com Vítor Gaspar na elaboração do OE?
Porque é que Passos Coelho não anunciou estas medidas com Paulo Portas ao seu lado de modo a mostrar a solidez da coligação e a comprometer os dois partidos?
Porque é que Paulo Portas permanece num silêncio ensurdecedor? Não se ouve a voz dele desde que fez uma magnífica campanha eleitoral nos Açores na passada sexta feira e que lhe deu grandes resultados!

Por várias vezes o CDS comportou-se como um traidor, que pela frente concorda com as decisões tomadas pelo governo do qual faz parte, e de seguida põe os seus deputados e outros elementos a fazer oposição serrada às suas próprias decisões, colocando o PSD como o odioso e o mau da fita que programou tudo o que há de mau, enquanto o CDS aparece como o elemento que tenta minimizar a situação e como salvador da pátria.
Por sua vez o PSD porta-se como o verdadeiro corno que é enganado vezes sem conta e continua a cair nas mesmas armadilhas do seu parceiro. Apresenta sozinho as medidas cruéis e deixa que o seu parceiro o acuse de não o ouvir e que por isso tem todo o direito a ser traído.

Fui novamente ver se havia novidades relativas à coligação e vejo que Portas cancelou uma viagem que iria fazer com Passos Coelho a Bucareste. Fiquei na dúvida, será o fim do governo ou será mais um golpe de teatro entre o corno e o traidor  Poderiam ter aproveitado os momentos a sós para uma segunda lua de mel, quem sabe se não será isso que lhes faz falta?


quarta-feira, 10 de outubro de 2012

O mosquito e o PSD

Agarrado à raquete dos mosquitos, a tentar evitar mais umas mordidelas desse bicho terrível importado pelas obras da Madeira nova, vou lendo os jornais da região e as suas respectivas páginas online, para acompanhar o folhetim AJJ-MA.

Albuquerque está furioso com o uso sem regras do JM e dos tempos de antena do PSD-M, por parte da candidatura de Jardim. Agora que Albuquerque prova do veneno da sua própria casa vem se mostrar ofendido, tendo ficado calado no passado, sempre que o PSD-M usou e abusou para desancar na oposição, estendendo-se sempre que possível esse poder de influência a outros órgãos de comunicação (nomeadamente à RTP/RDP).
Miguel Albuquerque, embora mais discretamente, usa também o seu poder de influência para todos os dias no DN surgirem notícias a seu favor. Quem ler as edições dos últimos dias do DN, poderá ver que quase diariamente o DN anunciava os apoiante de MA. Uma publicidade gratuita a uma candidatura interna de um partido, como nunca se viu por parte de um jornal supostamente independente.

Por outro lado Jardim vai escrevendo o seu folhetim quase diário no JM, dando por agora um descanso aos partidos da oposição, pois a sua raiva está totalmente direccionada para Albuquerque.
É impressionante como AJJ usa deste meio de comunicação social pago por todos nós para escrever sobre os estatutos do PSD-M, entre outros assuntos do foro interno desse partido.

Hoje o JM tenta colocar as culpas da proliferação do mosquito do dengue na CMF. Obviamente que governo e câmara deveriam ter trabalhado em conjunto para se ter evitado chegar ao ponto onde chegamos, mas ao ouvir ontem um deputado do PSD-M no programa Parlamento da RTP-M, com um timbre de voz e modo de falar igual a Jaime Ramos (talvez o seu ídolo), chegamos à conclusão que a culpa do mosquito estar cá é da maçonaria, dos chineses, dos comunistas, dos gays, entre outros.

Entretanto com um secretário dos assuntos sociais que não sabe falar, que tenta esconder a realidade dos madeirenses, tal qual todo o governo, vamos sabendo as informações sobre o evoluir da praga pela DGS.

Com este ambiente de guerrilha no PSD-M, em que vice's traem quem os promoveu e os levou a onde estão, com todas as figuras de alto relevo a dar entrevistas a apoiar este ou aquele, o madeirense fica à nora, sem governo regional, os funchalenses com uma câmara cambada e sem rumo e os meios de comunicação social a escrever quase em exclusivo sobre esses assuntos, como se não quiséssemos saber o que realmente de grave se está a passar na Madeira.

E após mais uma chupadela de um mosquito que teima em escapar à minha raquete chinesa, cheguei à conclusão que mais grave que este mosquito, são as chupadelas destes vários (des) governos (república, regional e camarário).


sábado, 6 de outubro de 2012

Portugal do Avesso

E no último feriado do 5 de Outubro, Portugal ficou de canelas para o ar, com o culminar de mais uma semana de grande agitação política.


Na Terça Feira o Ministro de Estado e das Finanças, Vítor Gaspar, anuncia as medidas que cozinhou com o seu Secretário dos Assuntos Fiscais, Paulo Núncio do CDS, que aumentam a carga fiscal sobre o IRS em quase 35 %, além de outras medidas avulsas.
O maior aumento de impostos que alguma vez ocorreu em Portugal, como o próprio reconheceu "um aumento enorme", não veio acompanhado de qualquer medida de estímulo à economia, e sobre a redução da despesa, a tal obesidade, o ministro limitou-se a dizer que iriam procurar onde poderia reduzir a despesa! Sobre a receita foi extremamente rápido, sobre a despesa devagar, devagarinho e parado!

Entretanto o CDS que no início de Setembro enviou uma carta aos seus militantes a dizer que já teríamos atingido o limite no aumento de impostos, também trabalhou bem nestas medidas, através do seu Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais.
Claro que agora deverá de vir a público dizer que mal foi ouvido nestes assuntos e que não concordou e que até apresentou medidas alternativas.
Um grande companheiro e extremamente leal! Portas, uma pessoa de muita confiança!!

Passado o choque fiscal e quase sem dar tempo para respirar, o governo vai à Assembleia da República enfrentar as suas 2ª e 3ª moção de censura.
Argumento para cá, argumento para lá, com Portas muito atacado pelo que disse no passado quando oposição e pelo que disse mais recentemente sobre os tais aumentos de impostos, e com Francisco Louçã a ler parte do programa eleitoral do PSD, em que tudo o que dizia era precisamente contrário do que agora faz, com a indicação no seu próprio programa de que tudo o que prometiam iriam cumprir, pois conheciam bem a situação portuguesa e tudo o que apresentavam era exequível.
As moções foram chumbadas como seria de esperar e lá terminou a semana ao nível de governo.

Para terminar em grande, Portugal virou do avesso.

Numa cerimónia do 5 de Outubro em que a pedido do Presidente da República, feita à porta fechada, com medo dos manifestantes, eis que Cavaco hasteia a bandeira ao contrário num claro sinal de território tomado pelos inimigos, ou de território a pedir socorro.
Apesar da segurança apertada, Cavaco ainda teve direito a uma canção ao estilo de ópera com o poema A Firmeza, e com um protesto de uma senhora que já aguenta mais a miséria em que Portugal está!