Madeira do Avesso

Madeira do Avesso

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Passos na Madeira, vamos a ele!

"Não caucionarei com a minha presença na Madeira esse tipo de comportamentos"
Pedro Passos Coelho, Setembro 2011

O ilustre cidadão Pedro Passos Coelho, presidente do PSD, decidiu vir à Madeira, para aclamar mais uma vez as politicas ruinosas de Alberto João Jardim.

O solidário Primeiro Ministro de Portugal, que nem uma palavra disse sobre as tragédias ocorridas na costa norte da Madeira, não perdeu tempo em anunciar ajudas para a tragédia ocorrida no Algarve, tendo inclusive dado um puxão de orelhas a um dos seus ministros por não ter anunciado as ajudas ao Algarve. 
E a Madeira? Não faz parte de Portugal? Não merece também ajudas quando ocorre uma tragédia provocada pela natureza?

Ao ler a notícia no Diário de Noticias online, fiquei com a sensação que ninguém avisou Passos Coelho que Albuquerque perdeu as eleições internas, pois este foi o seu grande apoiante na Madeira e é o mais próximo das suas ideologias política.
Jardim é que terá de engolir muitos sapos no próximo fim de semana durante o congresso do PSD-M. Deverá ser esse o motivo pelo qual o PSD-M vai reunir à porta fechada. 
Vai engolir o sapo Albuquerque, pois o presidente da Câmara Municipal do Funchal, não irá ficar calado e irá mostrar a força dos seus quase 50 % dos votos que obteve.
Vai engolir o sapo Passos Coelho que até poderá fazer um discurso de apoio ao fraco líder Jardim, mas que de certeza que não deixará de marcar o seu desagrado com as políticas do PSD-M, nem que seja em privado.
Vai engolir o sapo do ódio com que a população em geral começa a sentir por si, pois viveram iludidos durante décadas, julgando que éramos ricos, mas que afinal vivíamos num castelo de cartas que começou a desmoronar, sem recuperação possível.

A última vez que Pedro Passos Coelho cá esteve foi no encerramento do anterior congresso do PSD-M, o que mostra como está se borrifando para os madeirenses, pois como Primeiro Ministro recusa-se a cá vir. Não que ache necessário a sua presença aqui na Madeira, mas não deixa de ser uma região de Portugal, com muitos problemas, com necessidades especiais e quem sabe se desse umas voltinhas pela nossa terra, se ouvisse as pessoas, se conhecesse a realidade do comércio e da industria madeirense, se olhasse com atenção para o que se passa na ALM, talvez a sua consciência ficasse pesada e talvez falasse com o seu amigo Cavaco, para que este talvez pudesse pôr termo a este desgoverno.

Como não acredito em milagres, como não acredito em mudanças repentinas de ideias, como não acredito nestas políticas de Passos Coelho e como não acredito nestas políticas de Alberto João Jardim, talvez esteja na altura dos madeirenses se revoltarem e prepararem uma visita a esse congresso e mostrar a esses dois senhores, que com os madeirenses não se brinca!


sábado, 17 de novembro de 2012

A Madeira não é Portugal!

Após os temporais da semana passada que assolaram principalmente o norte da Madeira, e que gerou grande destruição na Ribeira da Janela, Seixal, São Vicente, Faial e Machico, os governantes começaram a fazer as suas visitas e das suas bocas poucas palavras saíram, além da constatação da destruição evidente.
A chuva intensa, aliada à política do betão, que estreitou ribeiros e provocou instabilidade nas falésias pelo rebentamento de cargas explosivas exageradas na construção das estradas da Madeira nova, e a juntar à negligencia por parte das autoridades por não terem limpo as serras dos pinheiros mortos por uma doença, fizeram com que houvesse arrastamento de terras, pedras e troncos enormes pelas montanhas abaixo, desviando ribeiros dos seus cursos naturais.
Houve várias casas destruídas, carros perdidos, muitos bens materiais resultantes de vidas de trabalho e de recordações que desapareceram, feridos isolados durante horas, alguns com gravidade e zonas completamente isoladas durante dias, como já não se via há anos.
Além de casas, houve quem perdesse completamente os seus terrenos, transformados em poios ao longo de séculos pelos seus antepassados e houve também caminhos agrícolas que simplesmente caíram montanha abaixo, impossibilitando os agricultores de chegarem aos seus campos e aos seus armazéns.

O que é que se ouviu do secretário do ambiente? Nada
O que é que se ouviu do presidente do governo regional? Nada
O que é que se ouviu do governo da república? Nada, nem uma palavra de solidariedade!

Ontem andou um tornado pelo Algarve, com efeitos também devastadores, que destruiu casas, carros, infraestruturas públicas e houve também alguns feridos.
Menos de 24 horas após a tragédia algarvia, um ministro do governo PSD/CDS deslocou-se de imediato ao local, para averiguar o sucedido e começar a tomar medidas para a normalização da zona e preparar planos de apoio.

Não peço para a Madeira a visita de ministros deste governo odioso, mas peço solidariedade nacional equivalente à do Algarve e peço aos governantes Madeirenses que tomem as devidas medidas de modo a que se possa retomar a normalidade com brevidade e que os prejudicados sejam ajudados como é hábito nestas situações.

Mais uma vez a Madeira é posta de lado, pelo vingativo governo de Passos/Portas, talvez devido apenas às más relações entre o governo da RAM e o governo da república!

Mais uma vez, está na hora de dizer basta a estes governos incompetentes, medíocres e moribundos.

domingo, 4 de novembro de 2012

Os danos colaterais das eleições do PSD-M

As eleições internas do PSD-M foram extremamente esclarecedoras no que diz respeito aos sentimentos dos seus militantes que de repente perderam a vergonha na cara e começaram a dizer com as palavras todas o que se passa na Madeira desde que Jardim é presidente.

Durante o período eleitoral, Albuquerque começou a sentir na pele, o que o PSD sempre fez com a oposição, que não é mais do que usar a máquina do governo e do seu PSD altamente financiado por fundações, que por sua vez são alimentadas pelo lobby da construção, para campanha eleitorais permanentes, com um nível de linguagem muito baixo, e com muitas ameaças à mistura.

Pois é, caro Dr. Albuquerque, está a provar do seu próprio veneno, que foi muito útil, nas diversas campanhas em que foi candidato à CMF.

No dia das eleições, começou a correr nas páginas do Diário de Notícias online, a usual tentativa de controlo de mesas eleitorais, ficando por saber se foram usados carros da EEM, ou camarários para transportar os eleitores às urnas.

Chegado o momento da contagem dos votos, começou por se notar uma onda de euforia na sede de Albuquerque e um roer de unhas na rua dos Netos. Acabou por se confirmar o esperado, ou seja, a vitória de Jardim, confirmando a importância de uma máquina de campanha extremamente feroz e bem lubrificada.

Com a diferença mínima, começam a cair os tubarões, como foi caso de São Vicente de Gabriel Drumond. Políticos em fim de carreira, ao estilo de patriarcas, em que a sua influência desce para níveis insignificantes, talvez devido também a uma certa senilidade ridícula e a discurso gasto.

Durante a noite eleitoral e manhã seguinte começam a perder a vergonha. Foram várias as palavras proferidas por Jardim e por seus seguidores próximos, que a única coisa que têm de surpreendente é de apenas dizerem o que todos nós sabemos.

"Eleições no PSD-M: Jardim confessou haver militantes descontentes por serem sempre os mesmos a ocupar funções públicas...", página do Diário de Noticias, no Facebook.

Quanto às várias declarações do assessor de Jardim, André Rodrigo Freitas, é então de levar as mãos à cabeça
Começa por colocar no seu mural do Facebook a seguinte declaração:
"Ganhamos e isso é o que interessa!
O Santo Amaro para o PSD veio mais cedo, segunda-feira é dia de limpeza!
E como costumo dizer, VAMOS A ELES!"
Após se aperceber da barbaridade que escreveu, apagou de imediato este seu post e publicou outro em jeito de justificação, em que as revelações foram igualmente gravosas e que deveriam ser investigadas pelo ministério público:
"Muita boa gente que comentou negativamente, o meu anterior post já pediu favores (inclusivé a mim) mas que se não fosse essa ajuda, do dito regime, não tinham levantado cabeça na vida."
e ainda diz mais:
"Novamente muita boa gente, quando acabava o seu curso e/ou montavam a sua empresa, a primeira coisa que faziam era inscrever-se no PSD Madeira, sei porque desde os meus 15 anos que ando no partido e nas respectivas lides, para se aproveitarem da ocasião e do Partido para benefício próprio"
Enfim um descalabro de palavras que mostram claramente o sentimento destas gentes e algumas daquelas verdades que todos nós sabemos.

Quanto a uma outra das figuras que esteve muito em destaque nestas eleições, Dr. Bruno Pereira, ex-director regional do turismo e ex-vice presidente da CMF, foi bastante claro que apostou no cavalo errado. Deu uma facada nas costas de quem o levou ao colo até a ribalta da política madeirense, e ficou claro que como candidato à CMF não terá mínima hipótese de ganhar. Resta-lhe esperar que Jardim faça a remodelação do seu governo, para ir para secretário regional do turismo e assim Jardim poderá avançar com o seu candidato Sérgio Marques.

Para terminar, não posso deixar de achar graça ao oportunismo CDS-PP, que volta a defender um governo de emergência regional, impondo apenas a condição de Jardim ser afastado!
Com quem quererá governar o CDS? Com Jaime Ramos? com Cunha e Silva? com Rafaela Fernandes? com Miguel de Sousa? com o fiel Bruno Pereira? os será com o seu aliado Albuquerque, para juntamente seguirem a bíblia de Passos Coelho?