Madeira do Avesso

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quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

As obras inacabadas de jardim

 Há já uns bons anos atrás, de visita à cidade de Barcelona, durante um passeio no "Barcelona Bus Turistic", sempre que avistávamos o templo da Sagrada Família, a guia dizia "la obra inacabada de Gaúdi", e tanto ouvi essa frase, que não consigo me esquecer dela. Quando lá se chega, percebe-se a dimensão e beleza da obra, assim como o trabalho de minúcia, justificando o tempo que tem demorado a sua construção.


Esta semana, aqui na nossa ilha, lembrei-me mais uma vez dessa mesma frase, por causa do incêndio que ocorreu no túnel que liga a Madalena do Mar ao Arco da Calheta, com um veículo pesado.



Este túnel, inaugurado nas vésperas das eleições regionais de outubro de 2011 com toda a pompa e circunstância é um caso evidente de uma das muitas obras inacabadas de Jardim
Durante essa inauguração, Jardim ainda teve a lata de dizer as seguintes palavras "As obras estão aqui, podem dizer mal da gente, estas obras ninguém nos tira
No Telejornal da RTP-M de ontem, dia 29-1-2013, o administrador das Estradas da Madeira, Eng. Francisco Tabuada admitiu que estas obras não estavam concluídas, pois não apresentam meios de segurança contra incêndios e extracção de fumos, mas que mesmo assim ofereciam mais segurança do que as estradas antigas, referindo-se inclusive ao túnel que vai desde a vila de São Vicente até à Fajã da Areia. Ora a ligação da vila de São Vicente à Fajã da Areia, além de ser uma bonita estrada à beira mar, tem excelentes condições e óptimo piso e é extremamente segura.
Caso queiramos abrir um negócio qualquer, se não conseguirmos cumprir com todas as regras de segurança, com certeza que não nos deixarão abrir portas! Porque é que no caso do governo regional essa regra já não é válida quando existe uma necessidade extrema de inaugurações?
Francisco Tabuada afirmou também que com as dificuldades financeiras que a região sente, deveremos assistir a uma diminuição dos níveis de seguranças e dos pisos que deixarão de ser óptimos!
Estando as principais estradas da Madeira concessionadas às empresas Via Expresso e Via Litoral, não tendo havido qualquer renegociação dos contratos de concessão entre o governo e essas mesmas concessionárias, não percebo porque é que há-de haver uma menor manutenção das estradas e uma consequente diminuição na segurança e conforto das mesmas?

Poderia falar aqui de muitas outras obras inacabadas de Jardim, mas tornaria-se exaustivo e falarei à medida que haja algum motivo especial de interesse, pois o simples facto de serem apenas obras inacabadas de Jardim, deixaram de ser motivo especial, para ser apenas vulgar ao contrário do que se passa em Barcelona com a especialíssima obra inacabada de gaúdi!

Fonte: dnoticias.pt, dn.pt e rtp.pt

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Quanto vale Jardim?

É cada vez mais notório a divisão interna do PSD-M desde que Miguel Albuquerque decidiu enfrentar Alberto João Jardim nas eleições do seu partido.

Jardim ao seu estilo faz uma campanha interna com a sua prepotência já conhecida desde os primórdios da democracia na região. Com um ataque feroz contra o seu oponente e seus seguidores, que culminaram com a expulsão de militantes em funções executivas, apenas por serem de uma ala diferente da sua.
Albuquerque que serviu-se da mesma estratégia, nas diversas eleições em que foi candidato, acabou por provar do seu próprio veneno, mas saindo com uma derrota com sabor doce, pois por muito pouco não ganhou.
Entretanto começamos a ver o desmoronar da própria ala Jardinista, em que os grandes barões começam a andar às brigas, faltando apenas andarem à estalada!
Foi com um sorriso nos lábios que li as notícias da troca de insultos entre o vice presidente da Assembleia Legislativa da Madeira, Miguel de Sousa e o líder  parlamentar do PSD, Jaime Ramos. Dois manda chuvas em que um sonha com a sucessão e o outro com a sucessão do filho.
Outros mais se seguirão nas brigas e vamos começar a assistir àqueles que durante anos e anos se serviram do PSD-M para subirem na vida, agarrados a tachos e a negociatas de conveniência com graves consequências para a região, a abandonar o barco.


Com isto, vejamos os últimos resultados eleitorais das eleições regionais de Outubro de 2011 e façamos umas contas.
O PSD-M teve nessas eleições o seu mais baixo resultado de sempre, com apenas 48,56 % dos votos. Tendo a abstenção sido de 42,55%, apenas 27,90% dos eleitores votaram no PSD de Alberto João Jardim.
Como nas eleições internas do seu partido teve apenas 53%, facilmente podemos concluir que Jardim actualmente não vale mais de 14,78% dos eleitores madeirenses
E como acredito e julgo ser do senso comum que o PSD continua em queda acentuada, duvido muito que o valor político de Jardim valha mais do que 10%.


sábado, 12 de janeiro de 2013

Terrorismo político no PSD-M

"Ganhamos e isso é o que interessa!
O Santo Amaro para o PSD veio mais cedo, segunda-feira é dia de limpeza!
E como costumo dizer, VAMOS A ELES!"

André Rodrigo Freitas, na sua página do Facebook, logo após a vitória de Jardim nas eleições internas do PSD-M

No passado dia 10 de Janeiro ficou-se a saber que o vereador do ambiente da Câmara Municipal do Funchal foi expulso do PSD-M por ter dado a sua opinião sobre a obra do governo da junção das fozes das ribeiras.
Não foi propriamente na segunda feira seguinte às eleições internas, mas tinha razão André Rodrigo Freitas quando afirmou que a limpeza dos armários ia chegar mais cedo ao PSD-M.
Assim cada vez mais os militantes do PSD-M começam a sentir o terrorismo político que Jardim e os seus comparsas sempre aplicaram na Madeira, principalmente aos militantes e simpatizantes dos paridos da oposição. Como começou a ter oposição interna, Jardim virou as baterias para o interior do seu partido e penso que esta expulsão é a primeira de muitas. 
Com esta mudança de alvo, o PSD não percebeu que está a dar tréguas à oposição, que não pode perder este momento de ouro para se organizar e chegar finalmente ao poder, onde poderá aplicar as suas ideias e com certeza tornar a Madeira uma terra melhor e mais justa.

O PSD-M há muito que defende a regionalização da justiça e eis que surge um belo exemplo do que seria de nós se a justiça estivesse regionalizada. Seria um sem fim de perseguições políticas pela mão da justiça, tentando por todos os meios derrubar quem tentasse fazer a mínima sombra ao poder de ditadura disfarçada que existe na RAM há mais de 30 anos.
Comecemos por ver a acumulação de funções do presidente do conselho de jurisdição do PSD-M, José Prada, que ao mesmo tempo é presidente do conselho distrital da Ordem dos Advogados, advogado e também deputado. Como pode este homem defender os advogados quando mostra esta falta de espírito democrata e de justiça neste órgão interno do seu partido?
Vejamos também os vários saneamentos políticos que houve no passado de alguns directores regionais, alguns deles competentes, apenas por terem ideias próprias, algumas delas contra interesses instalados.

Para finalizar deixo aqui o desafio aos defensores da ala Albuquerquista do PSD-M a procurarem nos arquivos da história, quais foram os seus comentários quando se falou pelo país todos sobre o défice democrático na Madeira.
Não deixa de ser interessante de ver a cobra a morder a sua própria língua!




segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

O candidato único do CDS


Por várias vezes já ouvi vários dirigentes centristas a criticar o PS de ter uma direcção bicéfala, segundo a notícia de 6 de Janeiro do Diário de Notícias, percebe-se o porquê, percebe-se que nesse partido não há margem para mais ninguém além de José Manuel Rodrigues.


Eleições para a Assembleia da República, candidato do CDS - José Manuel Rodrigues,
Eleições para a Assembleia Regional, candidato do CDS - José Manuel Rodrigues,
Eleições para a Câmara Municipal do Funchal, candidato do CDS - José Manuel Rodrigues,
Será que o CDS, o tal partido que se quer abrir à sociedade, não terá mais ninguém capaz?

Será que os eleitores do CDS querem continuar a votar numa pessoa que nunca é capaz de cumprir um mandato inteiro?
O que faria José Manuel Rodrigues quando chegasse às eleições Regionais de 2015 caso fosse presidente da Câmara Municipal do Funchal? abandonaria a CMF para se candidatar a presidente do Governo Regional?

Enfim, o CDS mostra-se cada vez mais um partido centrado apenas numa pessoa, onde é evidente a falta de gente competente, onde é evidente também o medo em partilhar tarefas e responsabilidades e é bastante evidente o medo em partilhar protagonismo!

Cada vez mais parecido com o PSD-M, cada vez mais mais egocêntrico, cada vez mais igual ao único importante, José Manuel Rodrigues não admite sombras, não admite outro brilho além do branqueamento permanente dos seus dentes. Fico curioso pelo momento em que  aparecer algum candidato interno contra José Manuel Rodrigues, será também uma novela mexicana ao estilo da que passou na Rua dos Netos?

Consigo imaginar o slogan de José Manuel Rodrigues para a Câmara Municipal do Funchal:

Vota CDS, vota no candidato que não vos vai cansar, vota no candidato que vos vai abandonar

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

A lei das finanças regionais do PSD e do CDS

Eis que começa um novo ano e por isso, apesar de se prever extremamente complicado, desejo a todos um Feliz 2013 e utilizando as palavras do Padre José Luís Rodrigues, espera-nos um ano diferente. Temos que nos adaptar, fazer contorcionismo, esticar aqui e ali, mas acima de tudo, temos de pensar positivo, e temos de nos rodear dos nossos amigos e familiares, de modo a aproveitarmos ao máximo a amizade e os bons momentos, para compensar o que de menos positivo poderá nos acontecer.

2013 começa fervilhante, com a revisão da Lei das Finanças Regionais, aprovada no Conselho de Ministros no último dia do ano e dada a conhecer no primeiro dia útil deste jovem ano. 
O Governo da República PSD/CDS, juntamente com o PSD-M, desenharam uma nova Lei das Finanças Regionais, uma vez mais nas costas dos madeirenses, às escondidas de tudo e de todos, com a falta de respeito que este Governo começa a nos habituar.

Esta lei preparada pelo Ministério das Finanças, de que fazem parte o PSD e o CDS, com a ajuda (imposição) da Troika, vem mais uma vez penalizar os madeirenses, mostrando o ódio que Passos, Portas e Gaspar nutrem pelos madeirenses, pois por causa de um louco que nos governa, temos todos de levar pancada, até que já nada nos reste para além da nossa honra.

Em 2007, por muito menos Jardim se demitiu. Com uma Lei das Finanças Regionais, mais branda que esta, menos penalizadora para os madeirenses, onde ainda havia solidariedade nacional para com as Regiões Autónomas, Jardim conseguiu provocar um abanão político na região, aproveitando o PS em baixa ao nível nacional, conseguindo desse modo engrossar mais a sua maioria. Agora que os tempos são outros e perante um Presidente do Governo caduco (basta ler o texto que escreveu hoje no Jornal da Madeira), completamente agachado ao "rectângulo", sem ideias, sem dinheiro, refém da sua própria estratégia, que no caso pessoal dele falhou apenas por se ter mantido mais tempo no poder do que ele próprio teria previsto, fazendo com que o "empurrar com a barriga" fosse cair em cima dele, faz com que não peça a demissão como no passado. É pena, pois a hora dele já passou há muito, já nem internamente é respeitado, os madeirenses que há pouco mais de um ano deram-lhe uma magra vitória, hoje com certeza que que lhe dariam uma grande derrota. Alberto João Jardim, tenta assim perpetuar ao máximo a sua presidência, com uma cegueira tal que não consegue ver que agora é o odiado e o responsável pela miséria dos madeirenses.

Entretanto o CDS-M, cada vez mais próximo no discurso do PSD-M, faz como Jardim, tenta empurrar o problema com a barriga, ao dizer pela boca do seu deputado à Assembleia da República, que "o CDS não foi tido nem achado" na revisão desta lei!!! Será que teremos de relembrar ao Sr. Deputado Rui Barreto que faz parte do Ministério das Finanças o Sr. Paulo Núncio, Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, nomeado pelo CDS? Será que teremos de relembrar ao Sr. Deputado Rui Barreto que a revisão da Lei foi aprovada no Conselho de Ministros, onde estão sentados 3 Ministros do CDS, entre eles o seu líder Paulo Portas? Será que falta muito para ouvirmos da boca do líder regional José Manuel Rodrigues, que a culpa disto tudo é da maçonaria, ou da internacional socialista, ou do lobby gay, ou dos chineses?

Por muito que o PSD-M e o CDS-M esperneiem, mesmo que venham cá para fora gritar que vão votar contra, abandonar a Assembleia, ou votar com mágoa, os madeirenses não se esquecerão que lhes foi pedido a sua confiança no momento de votar e que este governo da república foi formado com os votos do eleitores do PSD-M e do CDS-M.
Estarei cá sempre para relembrar em quem Alberto João Jardim e José Manuel Rodrigues pediram o voto nas eleições legislativas de 2011.