Madeira do Avesso

Madeira do Avesso

terça-feira, 28 de julho de 2015

100 dias de um governo da treta.

Parece que hoje o Governo Regional faz 100 dias de existência. E para isso, publica um suplemento no Diário de Noticias (o que dirão agora os vereadores do PSD na CMF?) com a informação do que acham que fizeram. 
Ora bem, vamos lá ver o que fizeram, vamos esmiuçar esse suplemento.



Albuquerque começa por afirmar que pretendem posicionar a RAM no caminho da credibilidade, crescimento económico e financeiro, justiça social e igualdade de oportunidades. Parece-me que qualquer pessoa que lá estivesse, ambicionasse no mínimo isso. E é bom que ambicione, pois quem nos retirou tudo isso, foi, imaginem lá, o PSD, e com grande apoio do atual Presidente do Governo Regional.

Passando à página seguinte, fala na reforma do sistema político. Mas qual reforma? Repor a normalidade é uma reforma? 
Fala no corte de 40% no financiamento dos partidos e começam as mentiras. Não foi neste governo que essa medida foi aprovada.
Mesa plural, presença mensal no parlamento, comemorações do 25 de Abril, blá, blá blá...
O que é que isto tem de extraordinário? Nada, é a normalidade democrática. Ah e já agora, Albuquerque nem falou nessa cerimónia do 25 de Abril. Isto sim, uma anormalidade.

Avançando no suplemento, de agricultura, mais banalidades. Economia, os programas do quadro de apoio comunitário, negociados no governo anterior. Nada de âmbito regional, novamente nada de novo.

Referem a carga aérea e onde é que ela anda? Ainda não vi os aviões a passarem.

Claro que não podia faltar a comparticipação das viagens aéreas. Sendo melhor para os madeirenses o regime agora escolhido, ficou por explicar quanto custará à região este novo regime, pois o anterior governo entregou 20 milhões de euros de mão beijada à república e agora consegue pouco mais de metade dessa verba.

Nas questões sociais, mais meia dúzia de medidas, numa região onde o desemprego é a maior causa da desgraça social provocado pelo PSD.

Educação, ambiente e saúde, idem. Pouco ou nada de novo.

Na secção das finanças, afirmam que pretendem manter as políticas que têm existido até agora. Referem o fundo de coesão como uma vitória, mas não é mais do que está na lei das finanças regionais. Com a revisão do PIB em baixa, a república fica obrigada a entregar essa verba à região. Mas o que é que o Governo Regional aceita? Isso não referem, em vez de recebermos o dinheiro e derramar na nossa economia, seja em pagamento de fornecedor, ou de outra forma que ajudasse a alavancar a economia, o Governo Regional aceita que o Governo da República retenha essa verba para pagamento da dívida ao estado. Alargam o prazo de pagamento da dívida, mas não renegoceiam os juros, onde poderíamos ter uma grande poupança. E finalmente referem a tímida renegociação das PPP's onde, não houvesse os interesses instalados, poderiam ter ido muito mais além.
Sobre obras públicas, até é caricato o que anunciam. 

O que foi dito em campanha sobre o Jornal da Madeira foi metido na gaveta. Mais uma proposta adiada e o contribuinte lá continua injectando mais uns milhões.

Enfim, um leque de nada, é o que se resume este suplemento.

100 dias de inoperância, 100 dias desperdiçados, 100 dias de governo da treta.

quarta-feira, 15 de julho de 2015

Pomada para sapatos

Todos nós já usamos pomadas nos sapatos. Vão envelhecendo, apanhando sol, descorando, e nada como uma boa pomada para que voltem a ter aquele brilho que renova o mais velho dos nossos sapatos.
Claro que passado pouco tempo, os sapatos voltam a ficar velhos, usados, iguais ao passado. E novamente, lá vamos nós, agarrados à bisnaga a colorir os velhos sapatos, seguido de uma boa esfregadela para dar lustro. O lustro renovador.


E assim vai a nossa terra. Pegou-se no passado, demos uma boa camada de Bufalo, puxamos o lustro e eis que temos a renovação. Temos um "novo PSD". Novinho, cheio de brilho a mostrar uma nova energia, a energia das coisas novas.

Pois é meus amigos, mas os sapatos continuam velhos, com o mesmo couro, as mesmas solas e a pomada começou a cair.

Caiu o hospital, caiu o Jornal da Madeira, caiu o ferry para o continente, caiu tanta coisa. Coisas adiadas para serem estudadas, coisas adiadas para serem melhoradas, coisas adiadas para meter na gaveta.

Assim vai a nossa região, que com simpatia praticam o Jardinismo, o Jardinismo light. Chumbam as propostas da oposição, para logo de seguida aprovar as suas. Iguais, ou melhor quase iguais. O papel químico, que muda a posição das vírgulas, que muda a ordem das frases, enfim, um papel químico dinâmico, que apresenta o mesmo, mas de maneira diferente.