Madeira do Avesso

Madeira do Avesso

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Forças de bloqueio

Hoje o PSD juntamente com o PND e a CDU, coligaram-se chumbando assim as grandes opções do plano da Câmara Municipal do Funchal.
Numa atitude de pura mesquinhez política, sem argumentos válidos por parte de qualquer um desses partidos, juntaram-se e colocaram em causa o investimento municipal para o ano 2015.

Com esse chumbo o PSD mostrou claramente que não quer, tal como não quis no passado, recuperar o Lido, pois sem esta aprovação, não poderão iniciar as obras de recuperação dessa estância balnear tão querida dos Funchalenses. Não só não avançam as obras, como ficam colocadas em causa os financiamentos europeus para essa obra.

Assim ficará o Lido pela mão do PSD, CDU e PND

Do mesmo modo, defendem a continuação da degradação do canil do Vasco Gil. Mais uma importante obra necessária que o PSD sempre adiou e torna a impossibilitar por via deste chumbo.

À espera de melhores condições ficarão os cães no canil municipal

Além destas obras, destaco também o arranque da nova ETAR do Funchal. Mais uma obra necessária não só para a cidade, como poderá o país sair prejudicado ao nível de fundos europeus por ter uma estação de tratamento de águas residuais apenas de tratamento primário. Mais uma obra que não arrancará pela irresponsabilidade do trio PSD/CDU/PND.

A recuperação dos bairros sociais também terão de ser adiados. A CDU que tanto diz lutar por esses bairros, quando chega realmente à hora de decidir, opta por se juntar ao PSD inviabilizando essas recuperações. 
É importante que os moradores desses bairros tenham conhecimento da decisão desses partidos. Promovem a decadência e a miséria. 

Mas não só estas obras são colocadas em questão. 
Os apoios sociais, e ainda hoje foi aprovado o regulamento de recuperação de casas degradadas, também estão colocados em causa. destaco os seguinte programas que poderão ser interrompidos:
Subsídio Municipal ao Arrendamento,
Programa de apoio à recuperação de casas degradadas,
Programa de apoio aos medicamentos,
Câmara à porta
E muitos projectos do novíssimo programa de formação em contexto de trabalho, que está a ter uma procura enorme, também poderão não arrancar, fazendo com que a esperança de muitos desempregados que a ele concorreram se desvaneça.

Também fica suspenso o Orçamento Participativo. Essa grande lição de democracia participativa que os funchalenses deram ao país, está colocada em causa. É pena.

E assim dizem lutar pelo interesse dos funchalenses estes 3 partidos.

O PSD sabe-se bem que, passado pouco mais de um ano ainda não digeriu a derrota e não aprendeu a ser oposição. Uma oposição credível e responsável era isso que se esperaria de um partido com cultura de poder. Optaram pelo caminho do bota abaixo, optaram por ser uma real força de bloqueio.

O PND, que tanto mal disse do PSD, que tanto dizem terem sofrido na pele com as perseguições do regime, quando chega a hora de mostrar que não são iguais a eles, descem ao mais baixo nível com sentimentos reles de vinganças pessoais. Aliás não me surpreende.

Finalmente a CDU. Essa coligação de um só partido (alguém conhece os verdes madeirenses) que é claramente a coligação vodka laranja juntamente com o PSD, tirando votações menores onde ocasionalmente vota favoravelmente, vota sempre ao lado do PSD nas grandes questões. Enfim, tiques de quem só sabe ser do contra. De construtivo nada têm, nem nunca tiveram.

Que não ia ser fácil todos nós já sabíamos, agora com o que não contávamos era com tamanha irresponsabilidade por parte deste trio que bloqueia o funcionamento da Câmara, colocando em causa as grandes obras programadas, os apoios sociais, as questões ambientais, a própria questão animal é completamente ignorada. A democracia participativa sofre também um revés.

Mas cá estaremos para continuar na luta pelos interesses da cidade e dos funchalenses. Vamos até ao fim, vamos criar novos consensos. 

Não posso terminar sem uma palavra aos meus colegas presidentes de Junta de Freguesia que também inviabilizaram o Plano, pois esperava uma atitude mais madura e responsável da parte deles. Sabem bem que não se brinca aos orçamentos e aos planos e sabem bem da dificuldade da sua elaboração. Enfim, fica registada a vossa posição.

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Intervenção Fórum "Construindo o Futuro"

Desde criança que percorro os corredores das várias sedes que o Partido Socialista teve no Funchal. Pela mão dos meus pais, fui a comícios, participei em campanhas eleitorais, cresci num verdadeiro ambiente socialista. É por isso que sinto muito orgulho na homenagem hoje feita a quem nunca desistiu e manteve-se sempre fiel ao Partido Socialista. Às vezes um pouco mais distantes, outras mais próximos, mas nunca deixaram de acreditar nos princípios do nosso partido e muitos de vós, sempre que chamados a dar o contributo, não hesitaram e avançaram para as primeiras linhas de batalha.
Parabéns, sem vocês a história do PS-M seria muito mais pobre.


Passado pouco mais de um ano a cidade do Funchal começa a mudar. Começam a mudar as atitudes, a maneira de ver as coisas, iniciamos uma nova era.
Há um ano atrás os funchalenses acreditaram num novo Projeto, um projeto global que não excluí ninguém, um projeto feito a pensar nas pessoas, a Olhar Pelas Pessoas.

O tempo das grandes obras já passou, diria até que durou demasiado tempo, criaram-se vícios, criaram-se comodismos, faltou a dinâmica que uma cidade como o Funchal tem de ter permanentemente.
No passado o despesismo era a prática corrente, não havia grande evento que não se anunciasse euros e euros gastos, como se um gasto maior, um gasto elevado, fosse sinónimo de qualidade.

A cidade mudou, mudaram freguesias, infelizmente nem todas, mas de uma coisa tenho a certeza, fôssemos agora a eleições e todas as freguesias seriam nossas, seriam da Mudança.
Foi com muito esforço, muito empenho que 6 partidos se uniram para mudar o rumo do Funchal, puseram de lado as suas diferenças, e acreditaram todos na vitória deste projeto liderado pelo Partido Socialista. Um projeto que desde a primeira hora, a concelhia do Funchal soube abraçar. Dou os meus parabéns ao Victor Freitas pela sua visão e ao Guido Gomes, pela sua capacidade de ver mais além e de aceitar prontamente, sem olhar para interesses locais. Pensamos mais além, ganhamos.

Criamos equipas de trabalho em cada freguesia, juntamente com os nossos parceiros de coligação, delineamos programas, percorremos ruas, percorremos veredas, andamos de casa em casa, de esplanada em esplanada. Passamos a nossa mensagem nos comícios, alguns difíceis é certo, mobilizamos arruadas, onde demos um verdadeiro banho aos nossos opositores.
Foi com muito orgulho que integrei desde o primeiro momento esta coligação, e com muita honra que aceitei liderar a candidatura para São Martinho.

Passado o momento eleitoral, chega à hora de implementar o nosso programa, de conhecer uma realidade até então desconhecida.
Encontramos uma junta de freguesia falida, sem ideias, sem ideais e completamente amorfa. Uma junta onde se limitavam a passar uns atestados, um apoio aqui, outro ali, toda a força da junta estava direcionada para obras, obras de recuperação, obras imaginárias, obras algumas delas desnecessárias.
Um choque, um day after que nunca esquecerei, Sentimo-nos uns pobres num palácio. Como era urgente a Mudança.
Não desmoralizamos, não baixamos os braços, arregaçamos as mangas. Começamos por consolidar contas e organizar a casa antes de sair para a rua.
Implementamos o nosso programa, passo a passo, criamos uma freguesia dinâmica, indo de encontro a uma das grandes aspirações da equipa de São Martinho. Tornar São Martinho grande, muito além da sua dimensão populacional. Para isso iniciamos um verdadeiro programa de apoios ao nível social, educacional, desportivo e cultural. Abrimos as portas à democracia participativa. Juntamente com a Câmara Municipal do Funchal fizemos o primeiro orçamento participativo de freguesia na região. Um sucesso.
Estamos a modernizar os serviços, a criar vias de comunicação mais eficazes.

Estreitamos laços com as forças vivas da freguesia, desde ginásios, casa do povo, centros comunitários, paróquias, empresas, etc.
Abraçamos logo à primeira hora um grande projeto de voluntariado para o Bairro da Nazaré, o Projeto Olho-te.
Estamos junto às pessoas, falamos com todos, não excluímos ninguém.
Uma caminhada em equipa, com muito mais para fazer. Não podemos parar.

Há uns meses atrás em conversa com o Camarada Miguel Iglésias, fui convidado para fazer parte da sua equipa para a Concelhia do Funchal do Partido Socialista. Aceitei prontamente o desafio, pois os próximos tempos são muito importantes para o Partido e para a Região. Todos temos de dar o nosso contributo ao trabalho iniciado há 2 anos por Victor Freitas. Uma estratégia de mudança que começou nas autárquicas e que culminará na vitória nas eleições regionais de 2015.
Precisamos de um partido socialista forte, unido e a rumar na mesma direção.

Após décadas de jardinismo a região, tal como estava a Junta de Freguesia de São Martinho, está falida. É preciso olhar para o futuro com outra visão, com um olhar social, de rigor e de transparência. Temos de colocar os madeirenses em primeiro lugar, temos de ter um governo a trabalhar para a região, não pelos seus governantes como sempre trabalhou o governo PSD.
Ideias não nos faltam, acreditamos numa região próspera e sustentável, baseada nos ideais da prosperidade, da igualdade e da fraternidade.

Vemos um governo em fim de carreira, completamente desorientado, a navegar à vista há décadas. Não soube preparar a região para os momentos difíceis. Para muitos o caminho é a emigração e temos o dever de inverter esta situação. Unir e reunir as famílias, dar estabilidade, dar um futuro aos jovens licenciados e esperança a quem atingiu a meia idade e que são novos para se reformarem e velhos para arranjar emprego, dar conforto aos nossos avós, esse é o nosso caminho.

Chega de jogos de interesses, de monopólios, de política feita por quem nos vende betão.
Estou certo que com uma política de rigor orçamental, baseada no crescimento da nossa economia, explorando os nossos pontos fortes, conseguiremos dar à Madeira e Porto Santo a grandeza que uma região atlântica como a nossa tem de ter num contexto nacional e europeu.

Daremos voz aos cidadãos, queremos uma democracia participativa, onde todos nós teremos uma palavra a dizer. É possível replicar a nível regional os orçamentos participativos, temos de discutir as grandes decisões com os madeirenses e não fechá-los numa assembleia regional ou na quinta vigia.

Discutimos recentemente os transportes, ouvimos a sociedade, especialistas, estudiosos e existem soluções. É possível fazer melhor, baixar custos, melhorar serviços criar verdadeiras pontes com o exterior.

É preciso descentralizar, delegar competências nas autarquias. As Câmaras e Juntas de Freguesia têm capacidade para fazer mais, para isso não podemos ter um governo que queira controlar tudo e todos, sabemos que cada um pode fazer bem o seu papel. Podemos também descentralizar os serviços do governo, combatendo assim a desertificação que se assiste em muitos pontos da ilha.

Temos de sair do nosso casulo, temos de falar com o exterior, renegociar com a república as políticas fiscais e de financiamento. A falta de diálogo e a má educação com o governo da república não trouxe nada de bom para a Região. E sabemos que poderemos contar com António Costa. Disse claramente no congresso do passado fim-de-semana que a Madeira podia contar com ele.

Sabemos o caminho a seguir, traçamos o percurso, sinuoso por certo, mas com certeza vencedor.
Criaremos condições de em conjunto com um PS unido, de ganhar as eleições em 2015. Os militantes cá estarão para fazer o seu trabalho na próxima campanha eleitoral.
O PS Funchal empenhar-se-á na estratégia que o partido venha delinear para ganhar as eleições regionais.
Vamos Ganhar o Futuro.
Vamos Ganhar a Madeira.

Obrigado.