Madeira do Avesso

Madeira do Avesso

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Intervenção Fórum "Construindo o Futuro"

Desde criança que percorro os corredores das várias sedes que o Partido Socialista teve no Funchal. Pela mão dos meus pais, fui a comícios, participei em campanhas eleitorais, cresci num verdadeiro ambiente socialista. É por isso que sinto muito orgulho na homenagem hoje feita a quem nunca desistiu e manteve-se sempre fiel ao Partido Socialista. Às vezes um pouco mais distantes, outras mais próximos, mas nunca deixaram de acreditar nos princípios do nosso partido e muitos de vós, sempre que chamados a dar o contributo, não hesitaram e avançaram para as primeiras linhas de batalha.
Parabéns, sem vocês a história do PS-M seria muito mais pobre.


Passado pouco mais de um ano a cidade do Funchal começa a mudar. Começam a mudar as atitudes, a maneira de ver as coisas, iniciamos uma nova era.
Há um ano atrás os funchalenses acreditaram num novo Projeto, um projeto global que não excluí ninguém, um projeto feito a pensar nas pessoas, a Olhar Pelas Pessoas.

O tempo das grandes obras já passou, diria até que durou demasiado tempo, criaram-se vícios, criaram-se comodismos, faltou a dinâmica que uma cidade como o Funchal tem de ter permanentemente.
No passado o despesismo era a prática corrente, não havia grande evento que não se anunciasse euros e euros gastos, como se um gasto maior, um gasto elevado, fosse sinónimo de qualidade.

A cidade mudou, mudaram freguesias, infelizmente nem todas, mas de uma coisa tenho a certeza, fôssemos agora a eleições e todas as freguesias seriam nossas, seriam da Mudança.
Foi com muito esforço, muito empenho que 6 partidos se uniram para mudar o rumo do Funchal, puseram de lado as suas diferenças, e acreditaram todos na vitória deste projeto liderado pelo Partido Socialista. Um projeto que desde a primeira hora, a concelhia do Funchal soube abraçar. Dou os meus parabéns ao Victor Freitas pela sua visão e ao Guido Gomes, pela sua capacidade de ver mais além e de aceitar prontamente, sem olhar para interesses locais. Pensamos mais além, ganhamos.

Criamos equipas de trabalho em cada freguesia, juntamente com os nossos parceiros de coligação, delineamos programas, percorremos ruas, percorremos veredas, andamos de casa em casa, de esplanada em esplanada. Passamos a nossa mensagem nos comícios, alguns difíceis é certo, mobilizamos arruadas, onde demos um verdadeiro banho aos nossos opositores.
Foi com muito orgulho que integrei desde o primeiro momento esta coligação, e com muita honra que aceitei liderar a candidatura para São Martinho.

Passado o momento eleitoral, chega à hora de implementar o nosso programa, de conhecer uma realidade até então desconhecida.
Encontramos uma junta de freguesia falida, sem ideias, sem ideais e completamente amorfa. Uma junta onde se limitavam a passar uns atestados, um apoio aqui, outro ali, toda a força da junta estava direcionada para obras, obras de recuperação, obras imaginárias, obras algumas delas desnecessárias.
Um choque, um day after que nunca esquecerei, Sentimo-nos uns pobres num palácio. Como era urgente a Mudança.
Não desmoralizamos, não baixamos os braços, arregaçamos as mangas. Começamos por consolidar contas e organizar a casa antes de sair para a rua.
Implementamos o nosso programa, passo a passo, criamos uma freguesia dinâmica, indo de encontro a uma das grandes aspirações da equipa de São Martinho. Tornar São Martinho grande, muito além da sua dimensão populacional. Para isso iniciamos um verdadeiro programa de apoios ao nível social, educacional, desportivo e cultural. Abrimos as portas à democracia participativa. Juntamente com a Câmara Municipal do Funchal fizemos o primeiro orçamento participativo de freguesia na região. Um sucesso.
Estamos a modernizar os serviços, a criar vias de comunicação mais eficazes.

Estreitamos laços com as forças vivas da freguesia, desde ginásios, casa do povo, centros comunitários, paróquias, empresas, etc.
Abraçamos logo à primeira hora um grande projeto de voluntariado para o Bairro da Nazaré, o Projeto Olho-te.
Estamos junto às pessoas, falamos com todos, não excluímos ninguém.
Uma caminhada em equipa, com muito mais para fazer. Não podemos parar.

Há uns meses atrás em conversa com o Camarada Miguel Iglésias, fui convidado para fazer parte da sua equipa para a Concelhia do Funchal do Partido Socialista. Aceitei prontamente o desafio, pois os próximos tempos são muito importantes para o Partido e para a Região. Todos temos de dar o nosso contributo ao trabalho iniciado há 2 anos por Victor Freitas. Uma estratégia de mudança que começou nas autárquicas e que culminará na vitória nas eleições regionais de 2015.
Precisamos de um partido socialista forte, unido e a rumar na mesma direção.

Após décadas de jardinismo a região, tal como estava a Junta de Freguesia de São Martinho, está falida. É preciso olhar para o futuro com outra visão, com um olhar social, de rigor e de transparência. Temos de colocar os madeirenses em primeiro lugar, temos de ter um governo a trabalhar para a região, não pelos seus governantes como sempre trabalhou o governo PSD.
Ideias não nos faltam, acreditamos numa região próspera e sustentável, baseada nos ideais da prosperidade, da igualdade e da fraternidade.

Vemos um governo em fim de carreira, completamente desorientado, a navegar à vista há décadas. Não soube preparar a região para os momentos difíceis. Para muitos o caminho é a emigração e temos o dever de inverter esta situação. Unir e reunir as famílias, dar estabilidade, dar um futuro aos jovens licenciados e esperança a quem atingiu a meia idade e que são novos para se reformarem e velhos para arranjar emprego, dar conforto aos nossos avós, esse é o nosso caminho.

Chega de jogos de interesses, de monopólios, de política feita por quem nos vende betão.
Estou certo que com uma política de rigor orçamental, baseada no crescimento da nossa economia, explorando os nossos pontos fortes, conseguiremos dar à Madeira e Porto Santo a grandeza que uma região atlântica como a nossa tem de ter num contexto nacional e europeu.

Daremos voz aos cidadãos, queremos uma democracia participativa, onde todos nós teremos uma palavra a dizer. É possível replicar a nível regional os orçamentos participativos, temos de discutir as grandes decisões com os madeirenses e não fechá-los numa assembleia regional ou na quinta vigia.

Discutimos recentemente os transportes, ouvimos a sociedade, especialistas, estudiosos e existem soluções. É possível fazer melhor, baixar custos, melhorar serviços criar verdadeiras pontes com o exterior.

É preciso descentralizar, delegar competências nas autarquias. As Câmaras e Juntas de Freguesia têm capacidade para fazer mais, para isso não podemos ter um governo que queira controlar tudo e todos, sabemos que cada um pode fazer bem o seu papel. Podemos também descentralizar os serviços do governo, combatendo assim a desertificação que se assiste em muitos pontos da ilha.

Temos de sair do nosso casulo, temos de falar com o exterior, renegociar com a república as políticas fiscais e de financiamento. A falta de diálogo e a má educação com o governo da república não trouxe nada de bom para a Região. E sabemos que poderemos contar com António Costa. Disse claramente no congresso do passado fim-de-semana que a Madeira podia contar com ele.

Sabemos o caminho a seguir, traçamos o percurso, sinuoso por certo, mas com certeza vencedor.
Criaremos condições de em conjunto com um PS unido, de ganhar as eleições em 2015. Os militantes cá estarão para fazer o seu trabalho na próxima campanha eleitoral.
O PS Funchal empenhar-se-á na estratégia que o partido venha delinear para ganhar as eleições regionais.
Vamos Ganhar o Futuro.
Vamos Ganhar a Madeira.

Obrigado.

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