Madeira do Avesso

Madeira do Avesso

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Ao encontro dos cidadãos

"Olhar pelas pessoas" Um lema, um pensamento, uma atitude, UMA REALIDADE.

Todos nós temos o dever de participar activamente nos destinos do nosso país, da nossa região e das nossas cidades e, na Madeira, o Funchal vai ao encontro desse dever. O direito e dever que julgávamos que se limitava ao dia das eleições através do voto, foi finalmente alargado.
No passado sábado houve a primeira conferência sobre os orçamentos participativos. Uma grande iniciativa, um compromisso da Coligação Mudança. O processo foi iniciado e qualquer cidadão poderá propor investimentos para a cidade, que posteriormente terá de defender e submeter a uma votação. Os projectos vencedores serão implementados pela Câmara Municipal do Funchal. Isto sim, é participação nas decisões da nossa cidade.

Hoje foi anunciado um passo atrás na revisão do PDM para a cidade, e que passo atrás!

"ainda não está definida uma visão estratégica para a cidade, que integre os contributos dos cidadãos"

" Era necessário haver um debate prévio sobre a ideia que queremos para a cidade e esta é uma oportunidade que temos para discutir a cidade fora de um período eleitoral, com toda a tranquilidade e chamando a sociedade civil, porque um PDM não pode ser feito dentro dos gabinetes ou da Câmara.

"O PDM tem que ser aberto a toda a sociedade e nós queremos que haja essa intervenção das forças vivas, antes da proposta estar fechada e toda formalizada”, justificou o autarca funchalense, que não quer “cometer erros do passado”."

Uma nova maneira de encarar a política, de um modo que a maior partes dos madeirenses nem sabiam que era possível! Sim, é possível. Não podemos delegar ou aceitar que todas as decisões sejam tomadas por uma única pessoa.

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Défice democrático, uma questão permanente

Passados muitos anos sobre o primeiro despontar do défice democrático na Região Autónoma da Madeira, após muito debate, quando julgávamos que Alberto João Jardim teria nesta fase as baterias voltadas para dentro do seu próprio partido, eis que volta à carga, recuperando a máxima do passado, com "nem um tostão para Machico"


Desta vez, recusou determinantemente ajudar a freguesia do Porto da Cruz, fustigada após o temporal de 29 de Novembro. Uma freguesia devassada, com todas as estradas danificadas, escorrimentos de terra por todo o lado e com habitações destruídas.
Tem-se falado que o governo deverá ser solidário com o Porto da Cruz. Não posso concordar com esta afirmação. É DEVER do governo olhar por todos os madeirenses e por todas as suas localidades. Não podemos permitir que Jardim arrecade impostos na ilha toda, mas na hora de distribuir, olhe apenas para os concelhos da ponta oeste.  

“Aquilo que é da responsabilidade do Governo, o Governo vai fazer. Aquilo que é da responsabilidade da Câmara e da Junta de Freguesia, o Governo não se mete. Até para dar cumprimento ao voto democrático dos cidadãos”
Alberto João Jardim, Diário de Notícias, 11/02/2014

Mais uma vez digo BASTA! Onde anda o Presidente da República? Que está ele a fazer em Belém? 
Dizem os PSD's que na Madeira há democracia. As pessoas votam e o voto é secreto. Mas estas atitudes de quem foi eleito para governar TODA a região são próprias de uma região que se diz democrata?

Quanto ao delfinário do PSD-M, não se ouviu uma única palavra dos candidatos a únicos importantes uma única palavra sobre esta situação.

De Miguel Albuquerque nem uma palavra

Sérgio Marques Idem

Manuel António nada disse

Miguel de Sousa está à espera não sei do quê

Cunha e Silva disse, confirmou que nada há para o Porto da Cruz

Francisco Santos, aguardamos por mais uma crónica a ver o que diz, julgo que sobre este assunto nada dirá

 Quanto à Autonomia XXI de Jaime Filipe Ramos, como seria de esperar, de século 21 nada tem

E são estes os senhores que no passado sempre aplaudiram Jardim, sempre foram cúmplices e sempre permitiram o esmagamento de todos os que sempre se opuseram ao Jardinismo. Sempre coniventes com o ostracizar. Sempre atentos, prontos para tirar o tapete aos que pensam de maneira diferente.
Afirmam-se agora como uma nova lufada de ar fresco, mas quando existem situações concretas, como a que agora assistimos, CALAM-SE. Nada dizem, nada fazem. Fazem o que sempre fizeram, abanam a cabeça ao seu grande chefe, aquele que ainda é considerado por muitos como o único importante. Aspiram o seu lugar, dizem-se diferentes, numa época em que sabem bem que têm de mostrar que não são iguais, mas quando se fala em tomar uma posição sobre as pessoas, mostram bem qual é o sangue que corre nas suas veias. 

Hoje enviei uma carta ao Presidente da República a mostrar a minha indignação e a pedir que tome uma posição sobre a Região Autónoma da Madeira. Desafia todos a fazerem o mesmo. É importante chamar novamente a atenção para o défice democrático da região.
Vão ao seguinte link e vamos inundar a caixa de correio da presidência

http://www.presidencia.pt/?action=3




quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Politica, solidariedade e privilégios


Num período em que a política caiu num grande descrédito, continuamos a assistir a atitudes por parte do poder político, que em nada contribui para inverter essa situação.

Segundo o Correio da Manhã, alguns dos reformados, que exercem actividade política recuperaram os seus subsídios que haviam sido cortados, com uma agravante, com juros de 4%! Grande negócio este, acabaram por fazer uma poupança (forçada é certo), com uma taxa de rentabilidade acima de qualquer uma dada por um banco qualquer.
E continua o triste do português a acumular cortes e aos privilegiados o que acontece é ganhar dinheiro!

Da assembleia regional, surge um estranho voto de louvor proposto pelo PND ao deputado do PS, Maximiano Martins, por este, que é contra a tal acumulação de vencimentos e reformas, ter doado o seu vencimento para apoio a bolsas de estudo.
Como foi dito pelo PS, o deputado não está à espera de qualquer condecoração, louvor ou publicidade.

E com este voto de louvor, o CDS que se mostra muito solidário, fazendo disso uma grande campanha mediática, em que o interesse na sua publicidade é bem superior ao espírito de ajuda, vota contra!
Ah, pois é, esqueci-me que a deputada Isabel Torres também acumula vencimento com salário, mas no que lhe diz respeito ninguém toca! Nunca seria capaz de solidariedade sem uma conferência de imprensa atrás, expondo os que necessitam dessa solidariedade.

Enfim, estilos diferentes de fazer política!

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

As freguesias em Portugal

Regressado de um fim de semana intenso, em Aveiro, em que participei no Congresso da Associação Nacional de Freguesias - Anafre, venho com a sensação que muito há por fazer na defesa da maior proximidade que as pessoas têm com os órgãos de decisão.

Por cá, na nossa Ilha, não houve qualquer fusão, agregação ou extinção de freguesias e por isso mesmo, essa discussão que ocupou uma boa parte do debate, pouco nos dizia, mas não posso deixar de manifestar o meu profundo repúdio por quem unilateralmente dividiu o país a régua e esquadro, sem ter em conta a densidade populacional, a área, as culturas, etc.
Chega a haver um caso caricato com a união de freguesias de Álcacer do Sal, com 916 Km2 , com mais 176 Km2 que a Ilha da Madeira!

É mais uma vez evidente que o governo PSD/CDS, segue o seu autismo, olhando para si próprio, ignorando por completo os restantes órgãos, ignorando as pessoas e ignorando o País.

Logo na abertura do congresso, o Secretário de Estado da Administração Local, António Leitão Amaro, talvez pela sua tenra idade e falta de alguma coerência em saber para quem estava a falar, veio com um discurso, como se os congressistas não dominassem o assunto, que demagogicamente tentou atirar areia para os olhos, anunciando reforço de verbas, como se estas viessem do orçamento de estado! O Estado mais uma vez decidiu cumprimentar com o chapéu alheio, retirou às  Câmaras (muitas delas com graves dificuldades económicas) para dar às Juntas! As Juntas agradecem, e com certeza que darão uma boa utilização dessas verbas.

Para encerrar o congresso, foi convidado como orador o Ministro Poiares Maduro, que tutela o poder local. Logo à sua entrada na sala, foi agraciado com um forte apupo, rapidamente silenciado, pois havia ainda discursos interessantes para ouvir, nomeadamente o recém empossado presidente do conselho directivo, o autarca Cândido Almeida. Não se intimidou perante tão ilustre convidado, e com uma rouquidão devido a uma gripe, lá foi fazendo o seu ataque ao governo, manifestando quais as intenções dos autarcas e das freguesias. Discurso forte que resumia de uma forma clara os assuntos debatidos e aprovados em congresso. Parabéns.

Termina o congresso com uma ruidosa manifestação contra o governo, personificado pelo Ministro Maduro, durante o seu discurso, que inteligentemente, nada dizia.