Madeira do Avesso

Madeira do Avesso

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

As Cambalhotas de Rodrigues

Este folhetim do CDS faz-me lembrar quando era criança/adolescente em que só tínhamos RTP-M. Sem a opção para fazer zapping, lá íamos vendo os telejardins e as telenovelas brasileiras que quando chegava à sexta-feira o episódio acabava sempre num momento empolgante para que ficássemos impacientes para a segunda-feira.

Ora bem, este caso da nossa política interna não foi deixado em suspense durante o fim de semana, mas foi moendo durante a semana, e finalmente chega aos episódios finais deste capítulo num dia de semana. Caramba, ao menos podiam prolongar pelo fim de semana e alimentando assim muitas conversas de café.


Num ziguezague com cambalhotas à mistura, José Manuel Rodrigues, a querer mostrar força e garra após ter abandonado a república num dos momentos mais cruciais da nossa democracia, começa a fazer frente ao governo que sustentou durante mais de um ano e ameaça com rotura do seu pupilo substituto Rui Barreto, que ao votar contra o OE, ganharia popularidade para o seu caminho até à câmara municipal do Funchal. José Manuel Rodrigues chega a dizer "O CDS deseja estabilidade política mas não à custa da destruição do tecido económico e social do país (...). Mais vale uma crise política agora do que termos um Orçamento para o próximo ano que vai agravar profundamente a recessão económica, conduzir ao encerramento de milhares de empresas e criar mais desemprego"

Menos de 24 horas depois eis que o líder do CDS-PP nacional anuncia o voto a favor do OE (o tal que ele já tinha concordado no conselho de ministros) e o seu vice presidente e líder do CDS-PP Madeira vem reforçar essa coesão nacional com o partido e com o governo: "o vice-presidente do CDS José Manuel Rodrigues sublinha as palavras de Paulo Portas e afirma que o partido votará a favor do Orçamento do Estado para evitar uma crise política."

Em que é que ficámos Sr. deputado José Manuel Rodrigues? mais vale uma crise política agora, ou evitámos uma crise política?

Neste momento seguirá aquela fase aborrecida dos folhetim televisivos, mas que com certeza quando as pessoas receberem os seus salários de Janeiro, muita revolta vai haver e o folhetim poderá entrar outra vez numa fase empolgante!

Sem comentários:

Enviar um comentário