Madeira do Avesso

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sábado, 6 de outubro de 2012

Portugal do Avesso

E no último feriado do 5 de Outubro, Portugal ficou de canelas para o ar, com o culminar de mais uma semana de grande agitação política.


Na Terça Feira o Ministro de Estado e das Finanças, Vítor Gaspar, anuncia as medidas que cozinhou com o seu Secretário dos Assuntos Fiscais, Paulo Núncio do CDS, que aumentam a carga fiscal sobre o IRS em quase 35 %, além de outras medidas avulsas.
O maior aumento de impostos que alguma vez ocorreu em Portugal, como o próprio reconheceu "um aumento enorme", não veio acompanhado de qualquer medida de estímulo à economia, e sobre a redução da despesa, a tal obesidade, o ministro limitou-se a dizer que iriam procurar onde poderia reduzir a despesa! Sobre a receita foi extremamente rápido, sobre a despesa devagar, devagarinho e parado!

Entretanto o CDS que no início de Setembro enviou uma carta aos seus militantes a dizer que já teríamos atingido o limite no aumento de impostos, também trabalhou bem nestas medidas, através do seu Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais.
Claro que agora deverá de vir a público dizer que mal foi ouvido nestes assuntos e que não concordou e que até apresentou medidas alternativas.
Um grande companheiro e extremamente leal! Portas, uma pessoa de muita confiança!!

Passado o choque fiscal e quase sem dar tempo para respirar, o governo vai à Assembleia da República enfrentar as suas 2ª e 3ª moção de censura.
Argumento para cá, argumento para lá, com Portas muito atacado pelo que disse no passado quando oposição e pelo que disse mais recentemente sobre os tais aumentos de impostos, e com Francisco Louçã a ler parte do programa eleitoral do PSD, em que tudo o que dizia era precisamente contrário do que agora faz, com a indicação no seu próprio programa de que tudo o que prometiam iriam cumprir, pois conheciam bem a situação portuguesa e tudo o que apresentavam era exequível.
As moções foram chumbadas como seria de esperar e lá terminou a semana ao nível de governo.

Para terminar em grande, Portugal virou do avesso.

Numa cerimónia do 5 de Outubro em que a pedido do Presidente da República, feita à porta fechada, com medo dos manifestantes, eis que Cavaco hasteia a bandeira ao contrário num claro sinal de território tomado pelos inimigos, ou de território a pedir socorro.
Apesar da segurança apertada, Cavaco ainda teve direito a uma canção ao estilo de ópera com o poema A Firmeza, e com um protesto de uma senhora que já aguenta mais a miséria em que Portugal está!



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