Madeira do Avesso

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sexta-feira, 17 de outubro de 2014

17 de Outubro - Dia Mundial para a Erradicação da Pobreza

Se no passado olhávamos para este dia como sendo aquele dia em que os coitadinhos do 3º mundo tinham de ter uma especial atenção, nunca como neste últimos anos começou a fazer sentido falar de pobreza em Portugal.
Após um rápido crescimento económico, os países que num passado recente saíram do chamado 3º mundo, pensaram que a pobreza nunca mais voltaria a crescer e que o caminho seria o de uma melhoria contínua. Nada mais errado, crescemos, esbanjamos e muita da classe média, dá um grande passo atrás e cai novamente na miséria humana, onde muitas vezes nem a dignidade conseguem manter.

Como Presidente da Junta de Freguesia de São Martinho, recebo muitas pessoas que infelizmente encontram-se nessa situação. Casos dramáticos de fome, casas em ruínas, onde em dias de chuva, não conseguem dormir, estudantes que nem dinheiro para um lápis têm.
Não conseguimos erradicar essa pobreza, não é uma Junta de Freguesia que tem competência ou sequer capacidade para resolver o problema.

Como não conseguimos dar a cana de pesca, nada mais nos resta senão dar o peixe. É por isso que temos um grande trabalho social desenvolvido.
Apoiamos as famílias mais carenciadas com cabazes alimentares mensais. Com estes cabazes não só matamos a fome a quem usufrui deste apoio, como muitas famílias conseguem começar a equilibrar a sua vida.
Apoiamos também as famílias que têm habitações degradas. Um problema complexo, pois muitos dos problemas esbarram em barreiras legais, difíceis de resolver.
Apoiamos também os estudantes. No início do ano lectivo alguns estudantes da freguesia receberam apoios em materiais escolares e alguns livros. 
Apoiamos também os estudantes universitários. Não conseguimos apoiar todos os que nos procuram, por limitações orçamentais, mas mesmo assim, serão 10 estudantes que terão alguma folga.
Apoiamos também as instituições e associações que prestam um trabalho social na freguesia. 

Sabemos reconhecer quem muitas vezes sacrificam-se ao nível pessoal para que outros possam viver melhor.

Um trabalho social continuo, que só acabará quando olhar para a lista de inscritos nestes programas e essa lista se encontrar vazia. Uma utopia? talvez, um desejo.

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