Madeira do Avesso

Madeira do Avesso

domingo, 24 de junho de 2012

Mercado global do turismo

Hoje assisti ao debate público sobre o "Posicionamento e sustentabilidade da Madeira no mercado global do turismo", organizado pelo Laboratório de Ideias da Madeira, pelo coordenador da área do turismo, António Jardim Fernandes, com António Trindade, Luís Vilhena e Alan Glacet como convidados.


Sendo o turismo a nossa maior industria e uma das principais fontes de receita para região, este debate não poderia ser mais apropriado para a grave crise que a nossa economia atravessa.

Segundo as palavras de António Trindade, muito mais importante que o CNIM, o turismo, com o aumento da carga fiscal em todos os aspectos (IVA, IRS, IRC, outras taxas) e o grave aumento dos custos energéticos, está a criar graves problemas à nossa economia, distanciando-nos cada vez mais dos mercado concorrentes, agravando a nossa competitividade. A titulo de exemplo, as taxas aeroportuárias da Madeira são 30 % mais altas que as do continente, que por sua vez são 50 % mais altas que a média europeia.
Este desfasamento competitivo faz a região perder cada vez mais receita, pois temos conseguido manter as taxas de ocupação com base na crise do norte de África e com a redução dos preços de venda do destino Madeira.
Com o mercado cada vez mais global e com o turista cada vez mais independente, é necessário conhecer melhor o nosso turista e quais as suas expectativas, assim como qual a sua opinião após a sua visita.
Trindade também refere que foi um grave erro a Madeira não se ter juntado aos Açores na formação da companhia de aviação, pois sem uma capacidade autónoma de transporte, torna-se ainda mais difícil de competir.

Alan Glacet, responsável pela Top Tours e pela entrada este ano de 30.000 turistas franceses, classificou o destino madeirense como uma pérola, tantos são os seus pontos positivos e quase não existem pontos negativos. 
Salientou também que é incompreensível como a Madeira deixou fugir o turismo de inverno que era-nos tão característico!
Disse que, no caso dos franceses, não sabiam que as temperaturas no inverno eram tão amenas!!!!!
Perdemos claramente para os destinos como as caraíbas e toda a europa!

Já Luís Vilhena, diz que o nosso património arquitectónico e cultural não poderá ser artificializado com intuito de agradar turistas, como se fez ao construir em todo o lado apenas porque não poderá haver espaços vazios!!
Defendeu também que é preciso ter a coragem, apesar do que já foi gasto, para que sem medos se proceda à demolição do que não é necessário e é nefasto para a paisagem e para o turismo.

Muito mais foi debatido nesta manhã e foi realmente muito interessante.

Para contrabalançar com a frescura de ideias desta manhã, ouvi uma conversa em que a secretária do turismo, cultura e transporte disse, sobre um dos nossos maiores cartazes turísticos, que se as pessoas não conseguem organizar a festa flor com a misera verba que lhes é atribuída, então que façam os fatos com tecido de forro e que reduzam na roupa, pois tirar verba de um carnaval igual aos muitos que existem por esse mundo fora, estava completamente fora de questão, pois este (apesar da sua antiguidade) ainda será um cartaz tão ou mais importante do que a festa da flor. 
Pergunto, quantas imagens sobre o nosso carnaval  fazem parte dos cartazes turísticos que promovem a Madeira? e dos cartazes que são feitos com imagens da festa da flor quais são os que têm as organizações que usam forro nas suas vestimentas?

Com esta secretária, que não é mais do que um erro de casting na nossa principal fonte de receita, o que poderemos esperar?
O que esperar do turismo?
O que esperar da cultura?
O que esperar dos transporte?


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