Madeira do Avesso

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terça-feira, 15 de março de 2016

As SWAP's de Albuquerque

Logo após a tomada de posse do atual executivo da Câmara Municipal do Funchal, foi decidido efectuar uma auditoria às contas do município.
Feita essa auditoria, foi de imediato remetida para o Tribunal de Contas (TC), para avaliar as contas dos últimos anos de gestão do PSD.

No decorrer da análise pelo TC, surgiram dúvidas relativamente a transferências para o BES e para o Barclays. E assim foram detectadas estas operações financeiras especulativas.

Troquemos por miúdos estas operações financeiras.

A Câmara Municipal do Funchal assina dois contratos fictícios no valor de 10 M€ cada, onde tem de pagar ao banco uma taxa fixa e por outro lado recebe um valor referente a uma taxa de juro variável. Com a descida de euribor, a taxa fixa ficou mais alta do que a variável, levando o Município a perder quase 1 M€ em apenas 3 anos. Esses 2 contratos, foram assinados, um por Pedro Calado, e outro por Miguel Albuquerque, contradizendo assim o que Calado disse ao Diário, libertando Albuquerque de qualquer responsabilidade.



Ou seja, Pedro Calado e Miguel Albuquerque especularam, jogaram na roleta da alta finança. Nas palavras de Pedro Calado ao Diário de Notícias, "é como jogar no totoloto". Calado nessa mesma entrevista, nega que tenham sido manobras especulativas feitas em contratos fictícios. Pois é Senhor ex-Vereador, deveria de ter lido a nota de rodapé do SEU relatório de contas, o tal que diz que reflete tudo.



E assim éramos governados, com total irresponsabilidade, jogavam com o dinheiro dos contribuintes e achavam isso natural. 
Pedro Calado ainda afirma que as contas eram públicas e que essas operações estavam lá refletidas. Sim é verdade, estavam em nota de rodapé, numa das mais de 270 páginas desses relatórios. 

Mas deixo aqui mais questões. Com base em que competência, Miguel Albuquerque assina um contrato e com base em que competência Pedro Calado assina outro. Nenhum órgão do município deliberou sobre estes contratos. E estamos a falar em contratos no valor de 10 M€ cada. Não foram discutidos e muito menos aprovados em reunião de Câmara, ou na Assembleia Municipal. Tudo feito nas costas dos Funchalenses.
E ainda acrescento, tendo estas operações sido contratualizadas após o despoletar da crise do Lehmas Brothers, sabendo que nestas operações há sempre um lado que perde, e sabendo que os bancos nunca perdem nestas operações, o que é que motivou os ex-governantes a fazerem estes contratos? Quem ganhou com isto? Quais as reais intenções? ficam as perguntas.

E qual é a consequência deste jogo financeiro? Ficarão estes dois governantes impunes? Poderá o município ser ressarcido deste prejuízo? Como pode continuar a gerir dinheiros públicos, quem não os respeita, que aposta no jogo com dinheiro que é de todos nós?

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