Madeira do Avesso

Madeira do Avesso

domingo, 11 de janeiro de 2015

Precisamos de Mudança, não de renovação

Pelos vistos ontem falou-se muito em renovação no congresso do PSD-M, onde o já velho Jardim cedeu o lugar ao velho Albuquerque. Sim, também chamo Albuquerque de velho. Não como pessoa, pois aparenta um bom ar, mas é um velho da política. 23 anos à frente de uma autarquia, tendo antes sido vice presidente da mesma, tendo sido deputado à Assembleia Legislativa Regional, e dirigente da Fundação Social Democrata, juntamente com o seu mais recente aliado Jaime Ramos.
É um partido feito de velhos. Novos velhos ou velhos novos, como queiram, um partido que não soube se renovar, apesar da tão apregoada palavra renovação.

Um novo líder que precisou de duas voltas para lá chegar, que tentou a todo o custo se demarcar do velho Jardim, mostrando uma certa irreverência, ou até de "enfant terrible" como outros o apelidaram. Mas isso não passou de um teatro, um esquema montado. E hoje o velho Albuquerque lá foi desmascarado. Um abraço fraterno com Jardim que representa o abraço com o passado. O passado que sempre concordou, que sempre disse que sim. O passado com o qual aprendeu a governar e a fazer política. A política da fachada, da dívida, das elites. Esse é o estilo de Albuquerque. 

Também ficou claro que Alberto João Jardim se revê em Albuquerque. Poderia ter optado por ficar em casa, como muito líderes cessantes costumam fazer, com o intuito de não ofuscar os novos líderes. Mas não, foi lá, abraçou o novo líder e disse claramente "Este é o meu líder" e ainda disse "óptimos momentos juntos na pública"


O seu concorrente Sérgio Marques, foi ao congresso fazer uma auto crítica. Olhou para o que via em frente, para aqueles que estavam sentados na mesa do congresso e lançou recados, tais como que "o PSD não pode ser uma agência de empregos, um distribuidor de tachos". Vejo que reconhece o passado do seu partido e ainda diz mais, diz que o lema deve ser "servir e não servir-se". O caricato é que diz isto perante uma primeira fila com Jaime Ramos, Machadinho, André Freitas, entre outros destacados militantes que sempre viveram à sombra do PSD e do Governo Regional.

Ao dizer que este novo líder é mais do mesmo, apenas mais Jardinismo com uma outra cara, estou a ser injusto. Albuquerque trás algo de novo. Acrescenta algo a este PSD, trás Pedro Passos Coelho Atrás. Passa a ser o seu representante oficial nas cúpulas do PSD, pois já antes era, apenas não era oficial. E para marcar bem essa posição, Albuquerque foi claro e disse o seguinte "Caro Passos Coelho, terá na minha pessoa um interlocutor permanente aqui na Madeira"

Não assisti ao congresso, vi telejornais, li edições on-line e se o que passaram foi o melhor do discurso do novo líder, pouco tenho a dizer. Fraco, muito fraco. Pouco conteúdo, meia dúzia de balelas e pouco mais. 
Claro que não podia faltar a demagogia e para isso destaco uma frase do seu discurso que li algures "Acabar com as despesas exageradas nas campanhas eleitorais". Ó Senhor novo líder do PSD, diga-me lá quanto gastou na sua campanha para chegar a essa liderança, mas diga a verdade. Diga-me lá quanto custou o jantar do tecnopolo com 2.000 pessoas. Sobre este assunto falaremos mais tarde, no final da campanha eleitoral

Caros amigos e caras amigas,
Isto não é renovação. Isto é o mesmo PSD de sempre. É o PSD de Jardim, é o PSD de Jaime Ramos, é o PSD de Passos Coelho e é o PSD de Miguel Albuquerque, tal como sempre foi. Apenas uma nova roupagem, umas medidas iniciais para causar impacto, uns soundbites a ver se algo soa a novo.

A Madeira não precisa desta renovação, precisa de Mudança. Precisa de uma Mudança de caras, de ideias, de rigor e de transparência.
Se no passado havia o medo da Mudança, os madeirenses já provaram que perderam esses medos e confiaram noutras caras, noutros protagonistas nas autarquias. E o resultado está à vista. Rigor, rigor, rigor. 
Estamos a pagar as contas geradas por esta renovação. Estamos a apostar nas pessoas, nas políticas sociais, políticas de emprego, de formação, políticas ambientais. Estamos a apostar na sustentabilidade.
Acreditamos nos madeirenses, acreditamos nas suas capacidades. Precisamos de lhes dar novas oportunidades. 
Acabou-se o tempo da betonização, é preciso apostar na inovação. Novas tecnologias, melhor educação, melhor saúde, resolver o problema dos transportes. Mais cultura, mais turismo, melhor turismo. 
É preciso haver diálogo. Diálogo com quem pode nos ajudar. Sensatez, mas também alguma ousadia. 
A região apenas pode tomar uma direcção. Mudança!
Fontes: Diário de Notícias, Público, RTP, SIC, TVI

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