Madeira do Avesso

Madeira do Avesso

sábado, 4 de maio de 2013

Basta de austeridade!

Basta, basta, basta!
Basta de austeridade!
O povo português já disse que basta de austeridade, os sindicatos também, o mesmo disseram os patrões, até o Presidente da República, cúmplice deste governo e das suas políticas já disse basta! A austera Manuela Ferreira Leite também disse que basta e que este documento de estratégia orçamental do governo nem para tese de doutoramento serve, tão alheado da realidade que está! O líder da união europeia, que tanto defendeu a sua amiga Ângela também disse que já fomos longe demais. O FMI também já afirmou que o caminho seguido não foi o melhor para os países em dificuldades.
Ou seja todos com excepção do governo português já chegaram a essa conclusão! Será que ainda não se aperceberam que são eles que estão errados?

Analisando a estratégia do governo, facilmente se pode verificar que a dupla Passos/Portas até ontem, sempre nos fizeram pensar que quem mandava em toda a política de austeridade era o ministro das finanças Vítor Gaspar, mas com estas medidas agora conhecidas vimos que Gaspar não foi mais do que carne para canhão, pois este pacote de austeridade foi coordenado pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas e tem a assinatura dos dois principais responsáveis pela coligação!

A dupla traçou o seu caminho, rumo a um estado neoliberal, sem estado social, sem garantias do estado para os mais debilitados. Vimos que no ministério do centrista Mota Soares foram cortados subsídios dados a idosos pobres, que agora vivem na mais pura miséria.
Juntando os 30.000 desempregados da função pública  que sairão em consequência deste novo pacote, aos que já saíram do governo, no espaço de uma legislatura só o estado é responsável pela quebra de 100.000 empregos!
Quando ouvimos o Primeiro Ministro anunciar o aumento do número de horas de trabalho semanal para a função pública e o aumento em 1 ano na idade de reforma, percebemos que estes funcionários que pretendem mandar para o desemprego não são excedentários  pois os seus serviços vão ser efectuados com base no fim deste direito adquirido!
Passos limitou também a situação de mobilidade a 18 meses, não explicou o que irá acontecer quando atingirem essa situação! Mais para o desemprego? penso que sim.
Aqueles que escolheram determinadas carreiras, algumas com algum risco, outras de grande desgaste físico  outras de grande responsabilidade pessoal ficam agora sem bonificações que de algum modo compensavam as diferenças das suas carreiras!
Passos logo no início do seu discurso disse que não iriam aumentar impostos e que o que agora apresentava eram reformas do estado, mas logo de imediato anunciou um aumento de 50% na contribuição dos funcionários públicos para a ADSE, passando de 1,5% para 2,25% do seus salários! 
Os desgraçados dos pensionistas, aqueles que fizeram descontos a vida toda e que contavam com uma reforma com bases nas suas contribuições, são novamente atacados com uma nova taxa que não sabemos de quanto e fiquei sem perceber porque é que o PM não chamou de imposto!
Portas na sua comunicação ao país, confirmou que concordava com quase todas as medidas e que foi autor de algumas delas, apenas discorda frontalmente deste imposto sobre os pensionistas e que nunca deixará passar. Como já sabemos, o Ministro dos Negócios Estrangeiros é das mais velhas ratas da política portuguesa e com este discurso passou novamente uma rasteira a Passos Coelho, pois como percebemos, esta medida não será aplicada e Portas aparecerá como aquele salvador que nos tira da desgraça! Tão ingénuo que é este nosso Primeiro Ministro!
Com este conjunto de medidas, o governo vai buscar mais 3.500 milhões de euros aos reformados e funcionários públicos!

Ao longo do seu longo discurso ouvimos Passos Coelho a anunciar despedimentos, aumentos de impostos, fim de direitos adquiridos, cortes nos sectores mais importantes do estado entre outras medidas igualmente gravosas, mas não ouvimos medidas que invertam o crescimento do desemprego, que estimulem a economia, que nos dêem esperança! 
Com este documento elaborado por Passos e Portas o futuro apresenta-se cada vez mais negro, com a emigração à vista como solução para os problemas de muitos!

No plano político regional, não posso deixar de colocar as seguintes questões:

Os deputados do PSD-M à Assembleia da República, que votaram favoravelmente o Orçamento inconstitucional de 2013, votarão a favor do Orçamento Rectificativo?
O deputado do CDS-M à Assembleia da República, que ficou com a batata quente com a fuga de José Manuel Rodrigues, votará a favor do Orçamento Rectificativo?
Após terem defendido que o melhor para a Madeira era o voto no CDS para as legislativas, continuam a defender esse pensamento? 
O PSD-M e o CDS-M em quem vão pedir o voto nas próximas eleições legislativas? Vão pedir nos seus próprios partidos e assim assumir que concordam com a austeridade imposta por Passos/Portas?

Perguntas às quais infelizmente sei as respostas!

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